quinta-feira, 11 de junho de 2009

Clássico: Master of Puppets (Metallica)

1985. O Edna Express cruzava os Estados Unidos em uma das pernas da turnê Ride The Lightning do então “Alcoholica”. Nesse período, entre os meses de setembro e dezembro, James Hetfield, Kirk Hammett, Cliff Burton e Lars Ulrich compuseram o que seria então seu primeiro álbum com total respaldo da Elektra, sua gravadora. Os primeiros temas finalizados foram Battery, Welcome Home (Sanitarium) e a instrumental Orion. Nas demos dava para perceber que o até então robusto thrash metal havia dado lugar a composições mais melodiosas e arranjadas, ainda que o peso característico permanecesse. Como fizeram no álbum anterior, foram gravar na Dinamarca, com o produtor Flemming Rasmussen. O resultado da empreitada foi o fenomenal Master of Puppets, considerado por muitos o melhor disco de thrash metal da história, ao lado de Reign in Blood, do Slayer.

Lançado em 3 de março de 1986, Puppets abria com Battery, um míssel thrash iniciado com um dedilhado em violão clássico, algo que virou tradição nas banda do estilo. A batida rápida e quebrada, além das palhetadas cavalgadas executadas na velocidade da luz, certamente acalmaram os fãs que esperavam uma “amansada” no som do quarteto. A faixa seguinte, que deu o título ao álbum, é um épico de oito minutos. Desde sua introdução, com palhetadas que sequer eram imaginadas possíveis até então, passando por seu grandioso refrão, “Apenas grite meu nome, pois vou ouvir você suplicar: Mestre! Mestre!”, depois pelo interlúdio com solos dobrados ao melhor estilo Iron Maiden, culminando na explosão do final da música, que descreve o pesadelo da dominação exercida pelos traficantes sobre os usuários de drogas, Master of Puppets, a música, é perfeita. Os vocais de Hetfield transbordavam de energia. Qualquer um que ouvisse ficava empolgado! Nem precisava gostar de Metallica!

The Thing That Should Not Be trazia na seqüência o primeiro flerte da banda com as afinações baixas que saturariam em St. Anger. A balada (praticamente obrigatória em discos oitentistas de metal) escolhida foi Welcome Home (Sanitarium). Como de costume, Hetfield arregaçava fazendo os dedilhados mais legais do metal e Kirk os solos mais inspirados. O lado B (do vinil) abria com Disposable Heroes, outro míssil thrash de oito minutos, com palhetadas incríveis e refrão pegajoso. Em seguida vem a cadenciada Leper Messiah, talvez a única música que comece com a contagem 1, 2, 3, 4, “5” da história.

A próxima música do play era a instrumental Orion. Como o Metallica estava inspirado nesse som! Principalmente Cliff Burton e James Hetfield. Os solos e as linhas de baixo mostram a incrível falta que Burton faz nos dias de hoje, onde os baixistas se limitam a acompanhar as levadas de bumbo duplo. Já Hetfield fez um solo com marcação de valsa, que é o sonho de qualquer banda de metal melódico. Pra encerrar, outra cacetada: Damage, Inc. O início com outro solo de Cliff Burton é marcante. Os riffs que entram em seguida parecem a trilha sonora do martelo da capa do Kill ‘Em All. Magistral!

Não é a toa que o álbum teve seu vigésimo aniversário homenageado pela revista Kerang em 2006, com o lançamento de sua versão remasterizada com os oito clássicos executados por emergentes bandas do metal atual, como Trivium e Mastodon. É isso! Se Hetfield e cia. conseguirem lançar outro álbum no mesmo patamar, pode ter certeza que será o melhor disco de metal de todos os tempos. Por enquanto, o melhor é este aqui.

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