quinta-feira, 23 de julho de 2009

Heavy Metal Games

Essa é pra quem curte...

Jogo de "Metalocalypse" sairá pela Konami

Ao que tudo indica, "Brütal Legend" não é o único jogo direcionado aos fãs de heavy metal - a Konami revelou que publicará um jogo a ser vendido por download para Xbox 360 e PlayStation 3 que tem como tema a música pesada.

Trata-se de "Metalocalypse: Dethgame", título baseado no desenho animado do bloco Adult Swim da Cartoon Network que tem como protagonista o Dethklok, uma banda de metal extremo repleta de clichês do gênero.

Neste game produzido pela Frozen Codebase, o jogador controla um grupo de roadies (assistentes de palco de bandas em shows e turnês) lutando a serviço da Dethklok, ajudando-os onde quer que eles estejam. Segundo informações anteriores, o game prevê elementos de RPG.

"A primeira ideia que tivemos era tornar a banda impiedosa e assassina, mas isto não funciona no programa. O desenho é sobre cinco supercelebridades narcisistas que não conseguem abrir a porta sem a ajuda dos outros", disse Brendon Small, criador do desenho, ao Wall Street Journal. Small também assina a trilha sonora.

"Metalocalypse: Dethgame" ainda não tem data de lançamento anunciada.

Fonte: Uol Jogos

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Entrevista: Cris Goyaba (METAL FOR ALL)


Metal pra todos, sem dúvida!

Ela organiza festivais no underground desde 1994! Já trouxe pra nossa região bandas que estouraram no cenário Metal nacional e gringo, como o Steel Warrior, de Santa Catarina. Atualmente, ela é a cabeça por trás do festival "Metal For All", um dos eventos com a maior longevidade do underground do Brasil, realizado na cidade onde ela mora, Salto, e que terá sua 10ª edição no próximo dia 17 outubro com a participação dos renomados thrashers do Violator (de Brasília-DF) como atração principal! Além de tudo isso é uma simpatia em pessoa e também pela internet, por onde esta entrevista foi realizada. Com vocês, as palavras dela: Cris Goyaba!

Cris, você é uma das maiores organizadoras de show do Underground do interior paulista, tendo o Metal For All como um evento reconhecido no Brasil todo. Gostaria que você se apresentasse contando um pouco de sua vida, como começou a curtir som e como (e porque) começou organizar festivais.

Olha só Leo, primeiramente quero agradecer o espaço que você está dando aí pro Metal For All e para que eu possa mostrar um pouco do meu trabalho. E claro, agradeço de coração os elogios e acho que nem somos tudo isso aí que você falou (rs). Me apresentando: me chamo Cristiane, apelido de Goyaba (já nasci com ele, pois herdei de meu pai), sou casada há 10 anos com o Renato (que agradeço por me aguentar por tanto tempo) e tenho duas filhas: Bruna, de 16 anos, filha do meu primeiro casamento, e Bianca, com 5 aninhos. A respeito de curtir som, acho que todo mundo que curte de verdade já tem no sangue! A gente ouve aquilo e o coração já bate mais forte, sente arrepios! E eu, desde criança sentia isso ao ouvir Beatles ao lado do meu pai. Tenho também um primo que sempre curtiu som e eu ficava do lado de fora do quartinho de som dele ouvindo Kiss, Judas, Maiden... Ele foi minha “porta” pras bandas mais pesadas. Só que eu não entrava no quartinho porque tinha um pôster do Gene Simmons lá e eu morria de medo! E daí pra conhecer as pessoas com o mesmo gosto da gente é um pulo. Só que meu início não foi fácil. Por ser uma época em que o radicalismo imperava, em 1990. Agora, sobre fazer os festivais foi assim: tinha um bar chamado Bar do Borracha aqui em Salto e meus amigos viviam tocando lá. Na época eu já tinha minha filha e estava separada há pouco tempo... Acho que foi mais ou menos em 1994 e as bandas que estavam na ativa já não eram mais as bandas que eu conhecia antes de me casar, então tive a idéia de fazer um lance lá com as bandas “que eu gostava”. E assim saiu o “1º Encontro de Guitarras Distorcidas”. Acho que tivemos três edições. Depois tive uma parceria com o Emílio, da loja Oficina & Cia, onde fizemos o Fest Oficina Rock (algo assim, não me lembro o nome exato) e até mudamos de local, usando o Clube do Patrocínio, aqui em Salto. Também já colaborei diretamente com muitos outros eventos e festivais que me chamavam. Dei uma parada por alguns motivos que no momento nem é bom citar, para evitar conflitos e também, depois, para cuidar da minha gravidez e da pequena. Logo após o nascimento da Bianca tive um problema muito sério de saúde que nem sabia o que era. Só descobri depois que saí dele. Sofri de uma Síndrome do Pânico! Quando voltei com os eventos me senti outra pessoa! Foi logo no começo do tratamento, em 2006, ajudando a Raquel, da loja Messenger of Rock. Fizemos dois festivais juntas, sendo que o primeiro eu ajudei informalmente e no segundo eu estava diretamente na organização. Depois disso a loja fechou e comecei com o Metal For All, que é sobre ele que falaremos agora... Daí adeus medicamentos!!! O MFA foi minha cura!!! *-*

Qual o grande barato de organizar um festival? Dá pra tirar uma grana ou é mais pela paixão mesmo?

Olha só Leo, tenho um acervo enorme de bandas pra tocar no MFA que até me sinto mal às vezes, pois conforme as pessoas me procuram, eu ouço e coloco numa ordem na minha lista. Mas nem sempre é possível seguir esta ordem, pois eu costumo mesclar os estilos e como fazemos o evento a cada três meses isso demora muito. A respeito de grana, isso depende. O salão que agora já virou “oficial” do MFA faz uma parceria comigo: 50% da bilheteria é deles e o bar também. Então eu tenho que me virar com 50% da bilheteria pro seguinte: parte de água e lanche pras bandas, metade da segurança, transporte das bandas e divulgação. Dependendo do público até sobra uma grana sim e dependendo também de onde vêm as bandas. Mas tudo o que sobrou até hoje eu investi no festival. Já temos uma bateria Peace e um amplificador de guitarra Create.

Como foi o primeiro festival que você organizou? O que rolou?

Bom, o primeiro, lá em 1994, foi uma mistureba danada! Me lembro vagamente, mas se não me engano foram as bandas Holy Smoke (que depois virou Thrashed), Positive System (de HC), Kick in the Balls e Sangria. Agora, o 1º MFA contou as bandas Lipstick (hard/glam), de Sorocaba, Thrashed (thrash metal), de Salto, Venomancer (heavy metal), de Indaiatuba, e Savagery (thrash metal), de São José do Rio Preto. Os dois foram excelentes!

Quais as histórias mais bizarras que você pode contar dessa vida de organizadora?

Ah meu, não sei se tenho história bizarra. Acho que acontece no MFA as coisas normais de qualquer outro evento: aqueles tiozinhos bêbadosque muitas vezes se divertem mais do que alguns que curtem metal (rs)! Às vezes começa a rolar algum desentendimento quando o goró sobe na mente, mas a gente já aparta antes da treta rolar. Agora vou te falar uma coisa: BIZARRO mesmo é nego que fala demais! Pois não é nada fácil fazer essa correria e todos sabem que eu não faço por grana! Só que eu não preciso ficar falando isso ou esfregando nada na cara de ninguém, pois quem me conhece sabe do amor que tenho!

Já teve alguma banda que tocou em um evento seu e hoje em dia é conhecida na cena Metal do Brasil ou do mundo? Alguma banda gringa também?

Pow! Assim, não desmerecendo nenhuma das bandas que vem tocar aqui, e eu também não sei a história de todas elas, mas tenho o maior orgulho em dizer que já trouxe aqui pra Salto, em 1998, o Steel Warrior, de Santa Catarina. Meu, foi a maior doidera que eu já tentei e o melhor de tudo é que deu certo! Eu trocava correspondência com o Culver, batera da banda (é, não tinha net naquela época não) e acertamos o seguinte: eles viriam por conta própria e eu tinha que conseguir a passagem de volta. Meu, a grana deu CONTADINHAAA!!! E os camaradas ajudaram na hora de dormir, já que não caberiam todos em casa. Espalhamos a galera pelas casas dos amigos Paulo e ACS, mas foi lindo! E depois disso eles tocaram lá pela Europa e tão aí, com um álbum novo pra volta triunfante depois de perderem estúdio e tudo mais na tragédia das chuvas por lá (SC). E claro, já trouxe Anthares e Salário Mínimo que são ícones do metal nacional dos anos 80. E no evento do Projeto Metal (que eu fiz a parte de contato com as bandas) também veio a banda Eclyptika, que já fez uma tour na Europa e tals...

Quem deseja organizar um evento deve fazer o quê? O que você falaria pra quem deseja se meter neste meio?

Olha Leo, acho que acima de tudo tem que ter uma paixão pelo que vai fazer, porque não é fácil. A ter atenção é fundamental, pois tem detalhes tão pequenos que às vezes você deixa passar e faz uma diferença imensa no Dia “D”. Mas acho que acima de tudo tem que ter AMOR! Tudo o que a gente faz com amor acaba dando certo... =D

Quais suas bandas favoritas e quais as bandas novas, brasileiras ou não, que você recomenda?

Putz, sou meio perdida quando o assunto é “bandas favoritas”, pois eu ouço muitos estilos diferentes, mas meus favoritos são Heavy Metal e Hard Rock (rs). Olha só, Manowar é meu amor maior! Mas eu adoro bandas como Tysondog, Icon, Tokyo Blade, Kiss, Mötley Crue, Mr. Big, Salário Mínimo, Rosa Tattooada, Tuatha de Danann. É foda citar, não vou parar nunca... Agora sobre as bandas “novas” do cenário metal nacional, meu, tem bandas aí que tem tudo pra destruir por onde passarem. Anotem os nomes: Nosferatu, Maligna, Grim Suffering, Infected, Madhouser, Funneral, Sactor, Prepared to Kill, Vulture, Exhortation, Jackhammer, War Mind, Brave, HellCrusader, Delenda Arcana, Nox Eterna, Darksmile, Ecliptyka e por aí vai… São bandas que se dedicam demais e fazem um som que, se não perfeito, chega muito perto da perfeição! Gente, podem procurar aí e ouvir e depois me digam!

Quais os planos pro Metal For All? Alguma novidade para as próximas edições do festival?

Bom, a 10ª edição já está fechada. Será 17 de outubro e espero que seja marcante! Tanto pras bandas, quanto para o público, pois estarei me arriscando um pouco trazendo uma banda de um pouco mais longe do que as de costume, que será o Violator, que já tem um grande nome no metal nacional (não citei lá em cima pq iria falar deles aqui...rs) e já fizeram turnê em alguns países, inclusive no Japão. O cast ficou fechado assim: Funneral, Blasthrash, Infected e Violator. O ingresso vai ser um pouco mais caro por esse motivo da distância, pois eles não pedem cachê e sim apenas que não precisam pagar para virem tocar. Então teremos ingressos antecipados a R$ 10 e na hora vai ser R$ 15.

É isso, Cris! Valeu pela entrevista! O espaço é seu!

Leo, quero agradecer a você mais uma vez pelo espaço e por me deixar esclarecer algumas dúvidas que certamente muitas pessoas deveriam ter, me desculpar pela extensão nas respostas pois quando começo eu me empolgo mesmo. Espero que não fique enjoativo (N. do E.: ficou muito foda, isso sim!). E também quero pedir pro povo não “abandonar” esse fest que faço com tanto amor, não apenas pra mim, pois os estilos são completamente variados justamente pra juntar o maior número possível de pessoas para fazerem amizades, confraternizarem e ainda curtir o que gostam! Minha intenção é esta e espero estar cumprindo com ela. Quem ainda não conhece que venha ver como é o meu trabalho. Bandas entrem em contato! A demora é consequência de um trabalho bem feito! Por isso muitos me procuram.

Contatos Metal For All
E-mail: crisgoyaba@gmail.com
Sites em construção: www.metalforallfest.com e www.projetometal.com
Fone: (11) 7168-2575
Orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?origin=is&uid=6855330008238126234

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Resenha: Chimaira - The Infection (2009)


Meu Media Player classifica este CD como "Groove/Post-Thrash/Metalcore"! Por aí já dá pra imaginar aquela mistureba que envolve vocais e batidas "ishpérrrtas" do rap, sussurros, pedal-duplo moendo, levadas “cisca-cisca”, efeitos mirabolantes na distorção das guitarras e por aí vai. Afinal, é o novo play do Chimaira: aquela banda de Cleveland (Ohio), que começou fazendo new metal imitando o Korn, ficou mais pesada quando o new metal morreu comercialmente, virou metalcore, lançou um disco de thrash metal rápido quando era isso que estava em voga na cena e agora deve seguir a atual tendência do momento (seja lá qual for ela).

Mas provando que nem sempre a água do rio corre na mesma velocidade, o Chimaira (se lê “caiméra”) surpreendeu a tudo e a todos e lançou seu disco mais pesado, brutal, lento e denso! “The Infection” começa com “The Venom Inside”, que tem uma bela intro, com dedilhados e guitarras dobradas à la Iron Maiden fazendo aqueles solos bonitinhos. Lembra bastante a introdução do “...And Justice For All”, do Metallica. Mas ao invés de explodir aquele riff “abre-rodinha” rápido e inconsequente, o que entra em seguida é um riffão lento, pesadíssimo, de fazer Tony Iommi (Black Sabbath) morrer de inveja, tamanha densidade do negócio!

As músicas seguem bem densas, lentas, pesadas ao máximo. A dupla das seis cordas Rob Arnold e Matt DeVries, a exemplo do disco anterior “Ressurrection”, mostra que estudou muito o instrumento na adolescência e nos brinda com muitos solos, coisa que não existia no começo da banda. Aliás, as guitarras são o grande destaque desse play, pois é riff atrás de riff, sem descanso. Prestem atenção no riff do meio de “The Disapearring Sun”: James Hetfield ficaria orgulhoso!

Sobre as letras, apesar de não ter lido todas, só pelos títulos já dá pra perceber que o tempo andou muito fechado pro vocal Mark Hunter, tamanho pessimismo e agonia que elas transmitem. Nos vocais, ele, por glória dos deuses, parou com aquelas falas desesperadas tipo “I’m so alone” do primeiro disco e se limitou a gritar. Tá cavernoso e mete medo em criancinha! Como sempre deveria ter sido!

E dá-lhe breakdown! Seguindo a lentidão, praticamente todas as música possuem um! Eu curto muito breakdowns, mas ficou meio exagerado aqui. Nem por isso o disco ficou chato. Pelo contrário, ver a faceta “queremos mostrar o quão pesados conseguimos ser” do Chimaira é muito legal, porque mostra que a atual tendência é ser “mauzão”, enterrando de vez o maldito “emo”. Isso, claro, levando em consideração que a banda, apesar de boa, SEMPRE segue as modinhas do momento no rock. E que bom que a atual “modinha” pede peso. Muito PESO!

Veja a seguir o vídeo do primeiro single, “Destroy and Dominate”:

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Reconhecimento!


Minha amiga e colega de profissão Lais Ambiel Mariotto, do Jornal Votura, deu uma grande força ao IRZ com uma notinha na Coluna Social da edição de ontem (09/07/09)!!!

Fora isso, várias pessoas comentaram e fizeram elogios pelo orkut!

Fica aqui nosso "MUITO OBRIGADO" por este apoio e reconhecimento! É muito importante para nós neste começo!

Vamo que vamo!!!

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Indaiá Rock Zine: BEM-VINDOS!

Quando o Marcelo (vocalista do Razzard) me procurou com a idéia de montar um zine para acompanhar a cena rock de Indaiatuba, ele despertou um gigante adormecido! Sem referências aos meus 1,96m, sou um “gigante” preguiçoso, mas que desde moleque tem a idéia de fazer um zine. Faltava vontade, disposição, tempo (isso sempre me falta até hoje) e incentivo. Tudo isso veio à tona com o convite do Marcelo: “Você escreve e eu faço as correrias.” Pronto! Fechou!

A grande atuação do Marcelo na cena rock da cidade sempre me impressionou e, de fato, me contagiou! Ele não se foca apenas na sua banda, como muitas pessoas fazem (eu incluso), e sempre arregaça as mangas fazendo uma correria invejável para organizar inúmeros festivais e eventos que reúnem todos os estilos de rock, inclusive contando com bandas de outras cidades.

Além disso, Indaiatuba conta hoje com pelo menos dois bares onde rola um som direto: Plebe Bar (do Darci) e Pirata’s Bar (do Teteu). Só com a cessão do espaço pras bandas tocar, estes dois impulsionaram de maneira absurda a cena da cidade! Como exemplo, foram nada mais do que 38 bandas nativas inscritas no último Festival de Rock. Ainda que algumas sejam montadas apenas para tentar abocanhar o prêmio, boa parte delas existe de fato, e está sempre tocando por aí (e por aqui)! Esse atual e “transbordante” cenário (que pra mim teve suas raízes plantadas no início da década de 90) precisava ser reportado! E é aí que entra o Indaiá Rock Zine!

Por enquanto não há limitações, focos determinados, estilo fixo de escrita e o que mais houver de comum em qualquer publicação! O IRZ é livre! Inclusive para colaboração de parceiros! Ou seja: se você tiver alguma coisa, um texto, um comentário, um artigo, uma foto, uma resenha de show ou de CD, alguma novidade, algo relevante para a cena e quiser postar aqui, o espaço está totalmente aberto! Sintam-se à vontade!

Com a internet e a facilidade para se expressar nela, decidimos pelo formato virtual. O formato “blog” talvez seja provisório, mas, para começarmos, achamos o suficiente. Ainda faremos ajustes para que a leitura fique mais agradável e a navegação mais fácil, mas para nosso primeiro “número”, nossa “primeira edição”, ele será assim, como vocês poderão acompanhar abaixo, com as entrevistas do Tolerância Zero (“vencedor” do Festival de Rock 2009 sob a alcunha de Reverendo Karabina) e do Hunger (com o vocalista Mauro contando tudo sobre a bombástica volta da banda), uma exclusiva com o vocalista do Angra Edu Falaschi (que nos atendeu durante sua participação como jurado do Festival de Rock), cobertura de um show que foi um sucesso de público em junho e a resenha de um disco clássico dos Anos 80.

Esperamos que curtam! Sejam Bem-Vindos!

Leo e Marcelo

Tolerância Zero / Reverendo Karabina


GROOVE DESCONTROLADO

Suicidal Tendencies e Infectious Grooves. Duas bandas com os mesmos integrantes e duas propostas musicais diferentes. Tolerância Zero e Reverendo Karabina. Duas bandas com os mesmos integrantes e duas propostas musicais (não tão) diferentes. Assim pode-se dar uma das explicações sobre quem é a atual banda vencedora do Festival de Rock de Indaiatuba. O festival passou, eles faturaram o prêmio máximo e foram assunto do meio roqueiro da cidade por pelo menos duas semanas sem parar. Para o bem ou para o mal! O prêmio é um reflexo do ótimo momento que a banda vive agora, depois de uma fase turbulenta, mas também pode ser a ‘justiça’ (que tardou muito, mas não falhou) aos mais de 13 anos de estrada que a banda tem nas costas! E é sobre isso e muito mais que o guitarrista Pé (também conhecido como Serginho) nos conta nesta reveladora entrevista. Ele rebateu as críticas, explicou o atual momento da banda (que também conta com Campa na voz, Mauro na batera e Thiago no baixo), contou sua trajetória desde o início, revelou o que acontece com o tão aguardado segundo disco e falou sobre as “grandes oportunidades” que eles tiveram na estrada! Demorou, foi praticamente um parto, mas saiu!

Primeiro vamos direto ao ponto: qual a sensação de ganhar o Festival de Rock de Indaiatuba depois de mais de 10 anos de estrada, ter CD lançado por gravadora, turnês com bandas e artistas renomados, reconhecimento no Brasil inteiro? O que isso acrescenta ao T-Zero?

Cara, quando cheguei em casa no último domingo, depois da premiação, e contei ao meu pai, ele disse, “Merecido, também depois de tantos anos trilhando este caminho, merecia um reconhecimento.” E creio que esta é opinião geral de todos que estiveram envolvidos com a gente nos ensaios, nesse projeto, e de nós mesmos, por sabermos que foi algo bem planejado, no qual tivemos foco, mas sem pensar simplesmente em ganhar ou que já tínhamos ganho. Claro que fomos motivados pelo dinheiro, mas quanto a acrescentar ao T-Zero, afirmo que algumas pessoas estão equivocadas, já que se trata de outra banda, outra proposta! Por mais que seja cômodo para as pessoas pensarem “ganharam porque é o T-Zero” ou então botarem a culpa de suas frustrações por não ter ganhado nada em um suposto ‘almoço’ com jurados. Falem o que quiserem, continuamos no “to cagando way”, se é que me entende.

Eu sei esta resposta, mas gostaria que viesse de vocês, até para esclarecimento ao público: por que vocês entraram no Festival com o nome de “Reverendo Karabina”, que é o nome de uma das músicas do T-Zero?

Reverendo Karabina é o nome de uma das melhores musicas do T-Zero, na minha opinião. No entanto, digo mais uma vez: O T-Zero não entrou no festival com o nome de Reverendo Karabina, o Reverendo Karabina entrou no festival e, de azarão, acabou ganhando. É claro que nossa experiência de anos de estrada com o T-Zero ajuda em muito no que se refere a entrosamento, postura de palco, entre outros, mas é outra coisa. Tipo Suicidal Tendencies e Infectious Groove, sacou?


E sobre a polêmica que sempre paira sobre o vencedor, o que você tem a dizer? Este ano os boatos no orkut deram conta que vocês almoçaram com o Tadeu Patola no dia da final, que ele seria o novo empresário da banda e que vocês passaram pra final com notas baixas apenas porque alguém mandou (rs).

Olha, se o Patola é nosso novo empresário, eu particularmente não fui avisado, mesmo porque só vi o cara uma vez, na hora da premiação. Seria muito bom um empresário envolvido no showbizz, mas devo esclarecer a esta horda de imbecis que falam pelo cu que o Patola não é empresário de ninguém, é apenas um produtor musical. Quanto ao referente almoço, bom, todo mundo sabe que em dia de show a gente não almoça. As notas estão conosco e à disposição pra quem quiser dar uma pescoçada. E posso garantir que estão longe de serem consideradas baixas.


O que aconteceu nos últimos três anos que vocês meio que deram uma parada? Este tipo de “parada” é o segredo da longevidade do grupo?

Se referindo ao T-Zero, na verdade a gente nunca parou. Tivemos dois anos que não foram dos melhores (2007 e 2008), onde, além da perda de alguns membros da nossa equipe, nós mesmos tivemos questões pessoais a resolver, cada qual em seu âmbito. Demos um tempo de show, de mídia. Mas continuamos ensaiando semana a semana produzindo, vivendo o rock. Muita gente se questiona porque a gente ganhou isso, porque tivemos esta ou aquela oportunidade, sente inveja porque não acham que sejamos uma banda boa ou que merecemos. A diferença, meu velho, está numa coisa: a gente não só toca rock, a gente vive o rock! Isso faz toda a diferença quando você tem um monte de moleque na sua frente, sedentos por ouvir o seu som e vibrando, porque é uma coisa real. Lembre-se, “nice guys don´t play rock n’ roll”, se é que me entende. Graças ao Senhor, o qual sei que estamos tudo devendo, ele não nos deixa na mão, este ano tem sido ótimo pro Tolerância.

E sobre o Thiago, o baixista novo (que nem é tão novo assim)? Vi que as linhas de baixo dele deram uma cara nova aos sons. E por que o DJ Nicola saiu da banda?

O Thiago é sem duvida o melhor baixista que já tivemos, principalmente se você levar em conta o quesito técnico, de ser músico. Mas além disso, o cara é um arruaceiro nato e se encaixou perfeitamente no nosso estilo e convivência. O Nicola não saiu da banda não. Aliás, acho que esse porra aí ta mais na banda do que nunca! Ele só mudou de DJ pra nosso técnico de som e tem se saído muito bem nessa função, não que não seja um bom DJ também.

Qual o próximo passo do T-Zero? Vi que tem músicas novas no MySpace e também que muitas datas de show têm sido marcadas este ano, diferente dos últimos anos...


“O próximo passo”! É nome de filme isso? (rs) Nossos passos geralmente têm a distância de uma viagem, quase sempre cortando o pedágio. Acontece que estamos felizes pela retomada da banda, que se deve muito a demanda de público que temos neste momento. Tocamos em São Paulo pra cerca de 800, 900 pessoas, todas esperando pra ver o T-Zero. E isso acontece em cidades do interior também. Show tá pintando direto e vamos re-estruturar a banda pra atender essa demanda. Temos varias idéias e algumas pessoas boas pra nos auxiliar, então creio que este ano, pela energia positiva que esta rolando entre a gente, vai acontecer muito ainda.

O que acontece com o tão prometido “Diversão garantida no país da sacanagem”, que ainda não saiu? Vocês não pensam em lançá-lo de modo independente ou até em formato virtual, por exemplo?

Temos praticamente tudo já gravado e estamos estudando como fazer este lançamento. Na verdade, vamos lançar primeiro um EP. A intenção é dividir este disco em dois lançamentos ou mais. O formato virtual, sem sombra de dúvidas, está em nossos planos. Já estamos inclusive testando isso no MySpace e outros. O que posso dizer é que os fãs que esperam algo do T-Zero ainda este ano vão ser atendidos! Fizemos uma audição no material outro dia e a qualidade e energia dele são impressionantes. Não temos nenhuma intenção de fazer a coisa mais bem produzida do mundo, como fizemos no passado, e estamos cagando pra nego que quiser criticar. Vai ser um lançamento privilegiando o que somos: uma banda de rock pesado e groovado descontrolada!

Gostaria que você falasse um pouco do começo da banda, ainda da época do Straw Dogs, até o nascimento do que é o T-Zero e quais eram suas intenções na época.

Bom, na época do Straw Dogs a intenção era fazer algo na linha Pantera, Suicidal Tendencies e Prong, que era o que ouvíamos na época. Outra boa intenção que tínhamos na época era a de beber que nem um porco na Pepis e tocar o horror na cidade usando uma Caravan ano 78! Quando mudamos para T-Zero, nos desprendemos de certas concepções e começamos a enxergar o que realmente éramos. Simplesmente tornamos o som objetivo e adquirimos novas influências, achando nossa identidade. Mas hoje ainda bebemos que nem uns porcos, mas não tanto como antes, já que tem nego namorando e casado na banda!

E como foi aquele período entre 1998 e 1999, quando o “Ninguém Presta” foi lançado?

O “Ninguém Presta” não foi lançado em 98 ou 99, foi lançado no final de 2000, sendo que foi gravado e mixado entre 99 e começo de 2000. Na ocasião de lançamento tivemos um bom apoio da gravadora, que bancou dois clipes caros. Aliás, gravar o clipe de “Ninguém Presta” foi uma puta curtição, tivemos um aparato bem legal. Também tivemos exposição nas rádios rock da época, fizemos até um ao vivo na Brasil 2000, dividindo o estúdio com O’Rappa. Mas a Indie, apesar de toda minha gratidão, era uma gravadora que não entendia do som que fazíamos e não teve sabedoria e nem paciência pra fazer as coisas da melhor maneira. Por outro lado, éramos moleques e inconseqüentes, e isso deve ter atrasado o lado de alguma maneira. No geral, foi ótimo, pois temos um puta disco gravado, que até hoje figura na lista dos “10 mais” de muitos artistas respeitados no mainstream.

Vocês foram descobertos pelo Andreas Kisser, abriram o show do Sepultura da apresentação do Derrick Green no Brasil, foram contratados por uma gravadora (Indie Records) e tiveram um disco lançado. Isso é aquela tal “Grande Oportunidade de Sucesso” que toda banda espera ter. Depois de tudo isso a banda deu uma parada nesse “crescimento meteórico”, vocês têm o sentimento de que deixaram essa tal ‘grande oportunidade’ escapar?

“Grande Oportunidade de Sucesso” parece nome de livro pra vendedor, rapaz!!! Cara, “grande oportunidade escapar”??? Tá de brincadeira, né??? Velho, pensa comigo: a gente é uma banda de rock pesado do interior de São Paulo, que conseguiu com apenas uma demo tape de 3 musicas abrir show pro Sepultura no Anhembi, chamar a atenção do produtor do Paralamas, Charlie Brown Jr. e Ira, gravar um disco com este produtor, por uma gravadora, na época em que gravadoras faziam sentido, com os melhores recursos e nos melhores estúdios! Nesse processo conhecemos desde o próprio Sepultura, até o pessoal do Planet Hemp, Nação Zumbi, Ira, Charlie Brown Jr., Titãs, Rappa, Raimundos e todas as grandes bandas dos anos 90. Tocamos com algumas delas, lançamos um CD com participação de Andréas Kisser, João Gordo e Pavilhão 9, tivemos dois videoclipes dirigidos por Beto Brandt, um deles veiculado por algum tempo na TV Cultura, onde participamos do Musikaos, e na MTV, onde fizemos três programas com o João Gordo, inclusive tocando ao vivo, participamos com destaque na trilha sonora de um longa de sucesso (N. do R.: “O Invasor”), pelo qual ganhamos prêmio de melhor trilha sonora no Festival de Cinema de Brasília. Realizamos uma turnê para promoção do filme junto o Sabotage e Pavilhão 9. Em 2003 abrimos um show do Sepultura no Olímpia, em São Paulo, realizando um sonho de moleque que era tocar naquele lugar. Fizemos turnês patrocinadas pela Vans e AVB Brasil! Tocamos juntos com o Billie Graziadei, do Biohazad, e recentemente fomos convidados pelo Chorão, do Charlie Brown Jr., para atuar no seu filme “O Magnata”, onde temos uma cena tocando ao lado do Tiririca. Não sei se dá pra perceber, mas todas as oportunidades que tivemos foram aproveitadas! Estão aí na nossa história e sou da opinião que muito mais pode rolar. Não estamos ricos ainda? Não andamos de Ferrari? Não tamo comendo atriz da Malhação? Bom, se esse é o tipo de “grande chance” que você se referiu, não estamos mesmo! Mas acho que nosso comportamento ‘Fuck Off’ pode ser um pouco da razão.