quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Lançamentos de 2009 resenhados - Parte 2

É isso aí! Ainda em 2009! Último post do ano! Espero que gostem e que, principalmente, COMENTEM AQUI no blog! É, porque é o meu melhor termômetro pra saber se querem, ou não, me bater por conta das minhas opiniões (rs)! É isso! Obrigado a quem teve a paciência de nos acompanhar nestes primeiros meses! Um ótimo 2010, com muito Rock para todos!

Slayer - World Painted Blood
Nota: 7,5


Definitivamente este não é um caso de “amor à primeira ouvida”! Para uma banda como o Slayer, que todo mundo já sabe a história, quem eles são e do que são capazes, uma nota 7,5 é praticamente passar de ano raspando, com aquele cincão que o professor te deu por dó só pra não te deixar de “DP”. Que fique claro desde já: não é um disco ruim! Longe disso! Mas para quem já soltou um “Reign In Blood”, este WPB está bem abaixo da média. Ok, querer comparar com o clássico dos clássicos do Thrash Metal é até mancada, mas é que não consigo tirar da minha boca aquele gostinho de decepção ao ouvir este álbum. E olha que ele não sai do meu MP3 e eu já até comprei o CD pra coleção (rs)! Afinal, o que tem de “ruim” nesse play? Ele é forçado e, infelizmente não tem aquele punch desgracento característico do Slayer. O último que teve isso foi o “God Hates Us All”, de 2001. Pô, quem não tem vontade de dar porrada ao escutar “Payback”, por exemplo? Aqui não temos isso em nenhum som e, os mais porradas, como “Unit 731” e “Public Display of Dismemberment”, apesar de fodões, não empolgam tanto. O primeiro, aliás, tem uma intro que lembra bastante a “Necrophobic”. O problema é que, não se sabe o motivo, Dave Lombardo está lerdo em seu kit de batera. Claro, o “lerdo” desse cara ainda é muito rápido, mas, por exemplo, a velocidade máxima imprimida em qualquer faixa desse disco não pega uma “Dittohead” ou a própria “Necrophobic”. Outra referência ao passado aparece em “Snuff” (algo como “fungada” ou “baforada”, em Inglês), que tem o início com aquele solo “torto” do Jeff Hannemann, lembrando muito a “Captor of Sin”. Temos também alguns sons mais lentos, como “Human Strain” e “Beauty Through Order” que, pra mim, estariam muito bem no “Diabulos in Musica”. As melhores do play são “World Painted Blood”, “Hate Worldwide” e “Psychopathy Red”. A primeira é um Thrash com andamento devagar (!!!), mas possui alguns riffs bem legais e diferentes do que o Slayer costuma fazer, sem contar que o final lembra (de novo uma referência ao passado!) o final de “Angel of Death”. A segunda é um som rápido, curto e grosso, com solos legais e uma base bem marcada. A terceira, a melhor de todas, além de uma produção superior, é a que mais passa aquele sentimento de querer dar porrada como em “Payback”, sem contar que o refrão tem um riff que lembra (mais uma vez!) sons como “Hell Awaits” ou “Postmortem”. Outro fator que pesa negativamente é o timbre das guitarras. Ele está seco demais, com pouca distorção, lembrando algo na linha do AC/DC. Isso, com as palhetadas rápidas de Kerry King e Jeff Hannemann, deixa muitos buracos e tira o peso do som, contando ainda com o fator “ausência do baixo”, sempre “presente” nos discos do Slayer. Em suma, é um disco bom, mas ainda assim, muito aquém se ele for tratado (e deve ser) como uma obra do Slayer.


Lamb of God - Wrath
Nota: 9,0


Quem não se lembra daquele vídeo de “Black Label” ao vivo no Hellfest 2003, numa tenda em um daqueles festivais undergrounds americanos? Esse vídeo foi a “escola” dos movimentos que vemos em qualquer moshpit hoje em dia! Além disso, ele trazia uma banda até então desconhecida, mas muito boa, com um vocalista malvadão, dois guitarristas com uma pegada absurda e presença de palco idem, e um batera que poderia muito bem ministrar workshops em qualquer conservatório de música do mundo. O nome era estranho, Lamb of God, mas mesmo assim pegou! Hoje, pra mim, esses caras estão suprindo muito bem o vácuo que o Pantera deixou na cena! E não digo isso só pelo timbre e presença de palco do insano vocalista Randy Blythe, que lembra muito Phil Anselmo, mas também pelo incrível groove e peso que eles empregam em seu som, assim como a banda o saudoso Dimebag fazia com primor. Mesmo completando 20 anos de estrada agora em 2010, e depois de lançarem dois discos de sucesso na cena, “Ashes of the Wake” e “Sacrament”, ele ainda demonstram um pique de “iniciante” incrível neste “Wrath”, um disco que faz jus ao nome. “Ira” é tudo o que encontramos aqui, mas de maneira muito bem elaborada, com riffs ainda mais trampados e perfeitos pra bater cabeça, solos de deixar os guitarristas do Iron Maiden orgulhosos e vocais cavernosos! Tudo envolvido por um peso absurdo de uma timbragem bem grave, porém muito bem definida pela ótima produção de Josh Wilbur. O play começa a intro “The Passing”, que resgata aquela tradição dos discos oitentistas de Thrash Metal com dedilhados e lindos solos dobrados de guitarra, para cair na pancadaria desgracenta de “In Your Words”, que entra com um riff martelado e explode em seguida num berro “assusta-criancinha” de Blythe. A partir daí é só porrada, com os dois singles “Set To Fail” (que blast beat coeso!) e “Contractor” (deliciosamente inconsequente). Lembra que eu falei de solos de guitarra? Eles não eram tão presentes na música do “Cordeiro de Deus” até então, mas nesse disco, Mark Morton e Willie Adler resolveram mostrar que não passaram a adolescência praticando guitarra à toa! Escute os de “Everything To Nothing” e “Choke Sermon” pra entender o que digo! Aliás, o solo da primeira tem uma passagem que me lembra a vinheta de abertura do Globo Repórter (rs)! Não foi à toa que este play estreou em 2º lugar na Billboard! Confira ele na íntegra no MySpace dos caras!


Killswicth Engage - Killswitch Engage
Nota: 6,5


Quem me conhece sabe que nunca fui fã do KSE. Mas mesmo assim sempre admirei os breakdowns e as guitarras dobradas bem trampadas que esses americanos sempre colocam em sua música. O ponto que fez eu nunca virar fã deles é a aquela formulinha que eles seguem em insistir disco após disco, talvez por achar que isso faz parte de um estilo novo que supostamente eles estariam criando. Eis a fórmula: “a gente começa a música no arregaço, com guitarras dobradas, bumbo duplo, vocal urrado-assusta-criancinha e aí, quando chegarmos no refrão, toda a destruição descamba pra melodia mais bela que pudermos fazer.” Assim eles forjaram a sua carreira de sucesso! É, mas chega uma hora que repetição enche o saco até de masoquista e, como toda banda sempre tem um disco ruim na carreira, creio que este é o dito cujo do KSE. A questão é que o KSE sempre circulou no meio do Metal devido às partes pesadas de sua música. Normalmente os ouvintes casuais da banda “aturavam” essas melodias empregadas nos refrãos e deixavam a parte pesada “compensar”. Só que nesse auto-intitulado play eles extrapolaram nos elementos melódicos e nas partes lentas, criando um disco bem pop e chorão, ainda que com guitarras pesadas. Claro, há sons excelentes, como “Take Me Away” e “The Forgotten”,com todos os elementos característicos que consagraram a banda. Este primeiro, inclusive começa com guitarras de dar orgulho a Adrian Smith e Dave Murray e tem uma melodia no refrão que você pode colocar pra jantar com sua mulher sem parecer piegas. Mas ao lado disso tem as melodias mais chorosas e os momentos mais “emo” do KSE, como “Starting Over”, onde nem mesmo a levada cavalgada a lá “The Trooper” salva o caldo. Esses momentos do disco me fazem crer ainda mais na teoria de que quem participa e apóia essa tal cena do “metalcore” são os órfãos da primeira leva do “emo”, que se utilizava do poppy punk (ou Hardcore melódico se assim faz-se entender melhor) na primeira metade da década. Hoje em dia, esse pessoal evoluiu como instrumentista e faz o tal do “metalcore” como forma de expressão, já que ele usa elementos pesados pra mascarar a choradeira do pano de fundo. O legal é que modinhas sempre morrem...


Kiss - Sonic Boom
Nota: 8,0


A banda mais marqueteira do mundo voltou em grande estilo! Esse “Sonic Boom” lembra os melhores momentos dos mascarados e pode ser colocado ao lado dos clássicos que eles fizeram na década de 70 sem que isso soe como uma profanação! Imaginem se o “Destroyer” ou o “Hotter Than Hell” (meu favorito) tivessem uma produção com os recursos tecnológicos de hoje? Seria algo bem próximo deste play! É aquele Hard Rock rasteiro, malandro e festeiro que só Gene Simmons e Paul Stanley sabem fazer quando se propõem! Junta-se isso com a competência de músicos como Eric Singer e Tommy Thayer e tem-se um disco gostoso de ouvir, com músicas de puro Rock n’ Roll, como o próprio Gene avisou antes do lançamento! Pegue a música de abertura e primeiro single Modern Day Delilah, por exemplo, e você vai ter uma boa amostra de como fazer um Rock n’ Roll pesado e moderno, mas que é ao mesmo tempo uma música com aquele groove setentista que só o Kiss tinha! O resto do play é pura festa! Os vocais de Stanley estão vigorosos como sempre! O baixo de Gene está gorduroso e pesado como o Deus do Trovão! Thayer faz solos no melhor estilo Ace Frehley, mas sem conseguir disfarçar sua técnica apurada latente! Singer segue sólido como uma rocha na batera! Nem mesmo os momentos “vamos-fazer-um-som-pra-pegar-mulher”, como o corinho a lá “God Gave Rock n’ Roll To You” em “Stand” estragam a obra, porque, como já disse: esse disco é pura festa!


Massacration - Good Blood Headbanguers
Nota: 9,0


Eles voltaram! Quem não gosta da piada, que pule esta resenha, porque eles estão ainda melhores! Absolutamente tudo que fez o Massacration a banda mais amada e odiada do Brasil está presente nesse Good Blood Headbanguers (com “guers” mesmo), só que ainda mais extremado. Os fãs de bandas com a “postura Manowar” certamente ficarão com as cabeleiras ainda mais de pé e criticarão sem piedade! Mas, quem já é crescidinho e entende a proposta, certamente estará diante de um dos melhores plays de metal tradicional já produzidos por brasileiros, sem desmerecer nenhuma outra banda! A produção do tarimbadasso parça do Bruce Dickinson Roy Z deixou a timbragem dos instrumentos simplesmente mortal! As guitarras estão absurdamente pesadas sem precisar utilizar o recurso da afinação mais baixa. Nos solos, Roy Z deixou um timbre muito, mas muito oitentista, cheio de delays e reverbs. Escute o da balada “The Bull” e você vai ser transportado direto para o clipe de “One Track Mind” do Motorhead! Essa balada, primeira da banda, aliás, é o melhor som, disparado, tanto no quesito “piada”, como no quesito “som”. Todos os clichês do Heavy Metal estão aqui da melhor e mais cativante forma, que qualquer headbanger (com “ger” mesmo...rs), se souber relevar a piada, baterá cabeça sem dó ao ouvi-la. Tem o dedilhado, a narração com voz profunda, os gritos agudássos, os riffs cortantes. Enfim, tudo o que uma boa canção de Heavy Metal deveria ter e as bandas de hoje parecem ter esquecido como fazer. Tem uma menção à infância nos 80’s em “The Mummy”, com o “tumba-la-catumba-tumba-ta” da Vovó Mafalda! Tem também uma homenagem aos mestres no riff de “The Big Heavy Metal” que remete muito à “Iron Man” daquela banda que vocês conhecem muito bem. Nem preciso falar que nas letras eles se superam, pois, sinceramente, eles poderiam cantar em russo aqui, que esse play ainda seria fodasso! Uma vez eu li um entrevista do Pompeu, do Korzus, dizendo que apesar de boa banda, o Massacration tomava espaço de bandas que estão há anos na estrada fazendo um trabalho sério. Mas, puxa, Heavy Metal também é entretenimento e, com esses malucos aqui, isso é garantia certa da melhor das diversões!


Alice In Chains - Black Gives Way To Blue
Nota: 8,5


Como é que você marca a reunião de sua banda após mais de dez anos e ainda sem o carismático vocalista original, que morreu de overdose? Loucura, né? Mas tem gente que faz dar certo, igual nosso amigo Jerry Cantrell. Primeiro, ele arrumou um vocalista substituto à altura (ou seria um “copiador” à altura?) de Layne Staley, William DuVall. Depois compôs o material mais pesado e mais parecido com os discos que catapultaram a banda como uma das melhores dos anos 90. Tendo tudo isso, aliado à sua habilidade musical e à de parceiros como Mike Inez (B) e Sean Kinney (D), não tem como dar errado! E não deu! O AIC acertou em cheios neste “Black Gives Ways To Blue”. As músicas continuam com aquele clima soturno, mas têm o acento pop necessário para não virar uma chatisse. Fora o peso descomunal que Cantrell impõe nas seis cordas. O primeio single, “Check My Brain”, e a seguinte, “Last Of My Kind”, tem um quê de Black Sabbath muito gostoso de saborear. Não é nem necessário falar dos solos, já que é Cantrell no comando das guitas! Também tem ótimas baladas, como “Your Decision”, onde a voz principal é feita pelo guitarrista. Claro! Experiente como sempre, Jerry Cantrell põe sua voz em todas as músicas, como meio de “camuflar” qualquer desconfiança sobre DuVall e deixar o som com a cara de AIC. Mas, vendo vídeos ao vivo no You Tube, Duvall não faz feio nem nas músicas antigas e é praticamente um ex-vocalista de banda cover do AIC!


Claustrofobia - I See Red
Nota: 8,5


Acho que não tem banda mais famosa que tenha saído das seções de demo das revistas de Rock do Brasil. Sem contar que eles têm em média 26 ou 27 anos de idade e a banda já existe há uns 15 anos (!!!). Neste “I See Red” (algo como “sangue-no-zóio”) o Claustrofobia segue com seu legado de brutalidade em 13 novos sons e mais dois covers. Apesar de tão esmagador quanto o disco anterior, “Fulminant”, o “I See Red” mostra que o grupo está pendendo mais pro Thrash Metal e se distanciando um pouco o Death Metal. Os blast-beats diminuíram, mas a velocidade empregada continua absurda. Caio D’Angelo, apesar de ser baixinho e pouca gente dar alguma coisa pra ele, é um monstro na batera, um dos melhores do Brasil. O mais rápido já acho com certeza, já que não acho blast-beat algo necessariamente rápido, sem contar que é mais fácil de fazer do que agüentar levar uma música tipo Slayer por mais de cinco minutos. O melhor som do play é, sem dúvidas, “Don’t Kill The Future”. Um verdadeiro míssel thrash, nem tão rápido, mas com uma levada foda, de tão empolgante! E os riffs então, estão cada vez mais técnicos! O legal do Claustrofobia é que eles são cabeça-aberta e não fazem a mínima questão de esconder suas influencias Hardcore, dando uma pitada de brutalidade a mais no play. Ah, os dois covers? “Beneath The Remains”, do Sepultura, e “Filha da Puta”, do Ultraje a Rigor, em versões fantásticas!


Heaven & Hell - The Devil You Know
Nota: 8,0


Puta merda! Não tem nem o que falar de uma banda com essa formação! Acho que todo mundo já ouviu esse play e todo mundo sabe que ele é tão foda quando o “Heaven & Hell”, ou o “Mob Rules”, ou o “Dehumanizer”, né? Tony Iommi continua o mestre supremo na arte de fazer riffs pesadíssimos, sombrios e cortantes! É só escutar “Fear” ou “Bible Black” pra constatar que ele não se estagnou e continua criando riffs como se o Black Sabbath, ou melhor, o Earth tivesse começado ontem! Vinnie Appice é sólido como uma rocha e dá todo o pano de fundo necessário para o peso da banda. Geezer Butler também é um dos tiozãos mais foda do mundo, com linhas de baixo pesadíssimas e na composição de alguns dos melhores riffs! E o Dio não teria outro sobrenome em italiano, senão esse de “DEUS”! Quem me dera chegar na idade desses senhores e ainda ter culhões pra fazer um som pesado desses com essa classe e categoria! Eles são foda! Por que nota “8,0” e não “10”? Porque mesmo com tudo isso, acho que ainda faltou aquela coisa que todo clássico do Metal tem. Talvez com o tempo ele vire o tal clássico, mas por enquanto...


Mike “Cyco” Muir - Year Of The Cycos
Nota: 8,5


Ué? Mas não é o novo do Suicidal Tendencies? Não! Trata-se de um disco novo que tem músicas de TODOS os projetos do Mike Muir. Ou seja, temos sons do Suicidal Tendencies, do Infectious Grooves, do Cyco Miko e do No Mercy! Tudo som novo, com as novas formações! É até difícil de resenhar, já que o estilo das bandas difere bastante, apesar de ter sempre a mesma pegada e o mesmo vocal. Dos sons do Suicidal vale destacar “Come Alive”, que tem até clipe, e “Cyco Side Of The Brain”, com um puta groovão funkeado, que não sei como ele não gravou isso como IG. Também tem uma versão ao vivo de “Cyco Vision” muito matadora. Só quem já viu sabe como Mr. Muir e sua(s) banda(s) é foda ao vivo! Legal que com o Cyco Miko ele regravou “Two Wrongs Don't Make a Right (But They Make Me Feel A Whole Lot Better)” do “Join The Army”, clássico de 1987 do Suicidal! E ficou melhor que a original! Que aula de HC é esse som! E com o IG ele continua dischavando, mostrando pro mundo como se faz o melhor dos funks! De qualquer forma, seria mais legal se viessem quatro full lenghts das bandas! Nem queria mais nada, né (rs)?

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Um banquete no camarim do Metallica!

Depois ainda perguntam por que existem tantas bandas por aí! Quem não ia querer ter um emprego desses: você toca nos melhores lugares, por ter a mulher que quiser para uma única noite de sexo (os solteiros, é claro! rs), tem patrocínio dos melhores instrumentos, se hospeda em hotéis 5 estrelas, tem assessores, roadies pra trocar a corda da sua guitarra (quem me conhece sabe que é meu sonho...rs), pode quebrar tudo que a produção do show se responsabiliza pela conta (os caras do Pantera eram os mestres nisso), ou você mesmo pode se dar esse luxo, e, por fim, pode fazer as exigências de camarim mais incríveis e exorbitantes para seu camarim!
Eu me lembro muito bem da uma parte do vídeo “One year and a half in the life of Metallica” onde Mr. James Hetfield tira o maior sarro das exigências de camarim do Axl Rose, quando sua banda excursionou com o Guns n’ Roses. Ele falou do champagne, do mel “to sing like this” e dos frangos que o Axl pedia em sua enorme lista, pra depois jogar ela no chão e pisar em cima. Acho que hoje em dia ele já percebeu que o mundo dá muitas voltas...
Eis que, às vésperas da banda tocar no Brasil, aparece na Internet a lista de exigências de camarim da atual turnê deles. Qual foi minha surpresa? A lista é tão extravagante quanto àquela mesma que Hetfield pisou em 1992! Tem tanta coisa aqui que você imagina que se eles consumirem isso antes do show, certamente morrerão de congestão estomacal! Na certa eles devem odiar comida de hotel e deixarão pra jantar (junto com toda sua família, crew, amigos e convidados) no camarim, ou eles devem enviar tudo para suas casas após o show, para que suas esposas não precisem fazer o supermercado do mês (rs)! Eu imagino o coitado do funcionário da produtora dos shows no Brasil que terá que correr atrás de tudo isso nos supermercados daqui. O cara vai precisar de um caminhão pra trazer tudo! A grande surpresa é a pouca quantidade de bebida alcoólica pedida, reflexo da reabilitação do James, certamente.
A lista completa está abaixo e fala por si. Eu tinha encontrado ela em Inglês e, posteriormente, a traduziria aqui, mas acabei achando uma tradução do colunista Roger Lerina, do jornal gaúcho Zero Hora. Só mudei algumas coisinhas na tradução dele...
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METALLICA DRESSING ROOM CATERING RIDER
(Guia de abastecimento do camarim do Metallica)


Todas os ítens a seguir devem estar no camarim aproximadamente quatro horas antes do início do show.

Os alimentos orgânicos podem ser encontrados em lojas como Whole Foods, Wild Oats ou qualquer outro bom ponto-de-venda de produtos saudáveis.

Nós sabemos que esta lista é extensa e complexa, agradecemos sua ajuda.

Bebidas

• 2 coolers contendo 25 kg de gelo limpo e consumível

Por favor, providencie as seguintes bebidas, nós as colocaremos em nosso refrigerador:

• 12 latas de refrigerante tipo cola (6 light)
• 6 latas de refrigerantes
• 6 latas de energético
• 6 latas de energético sem açúcar
• 18 garrafas de 500 ml de água mineral com gás (em garrafas plásticas, por favor)
• 2 litros de leite desnatado
• 2 litros de leite de soja não-adoçado e fortificado com vitaminas
• 12 porções de 500 ml de suco de laranja (não feito com concentrado)
• 2 litros de suco ORGÂNICO de maçã
• 12 garrafas ou latas de uma boa cerveja local
• Por favor deixe em temperatura ambiente
• 48 garrafas de 500 ml de aguá mineral (não da marca Evian, por favor)
• 9 garrafas de 1,5 litros de água mineral (não da marca Evian, por favor)
• 12 garrafas de 500 ml de Gatorade Lima Limão (também conhecido por Citrus)
• 6 garrafas de 500 ml de Gatorade Tropical (também conhecido com Red Orange ou Fruit Punch)
• 1 garrafa de 750 ml de Vodka Absolut
• 3 garrafas de um bom vinho italiano seco ou Pinot Noir francês (de 15 a 20 euros)
• 1 garrafa de um bom vinho francês seco Chardonnay (de 15 a 20 euros)

Comida

Por favor, faça todas as bandejas com porção para 8 pessoas. Espaço é importante então, por favor, faça-as pequenas.

• 1 bandeja de frios para oito pessoas incluindo presunto fatiado, salame fatiado e peito de peru fatiado (não coloque outra carne ou queijo nessa bandeja – obrigado)
• 1 bandeja com alface, tomate e cebola fatiados para sanduíche
• 1 bandeja com queijos provolone, suíço e cheddar fatiados para sanduíche
• 1 bandeja de queijos incluindo Brie, Gouda, Cheddar e um a sua escolha. Por favor, deixe-os inteiros.
• 1 bandeja de vegetais frescos com pepinos, cenouras, aipo, pimentas vermelhas, azeitonas e picles.
• 1 tigela pequena de húmus com fatias de pão integral [N.T.: húmus é uma pasta de grão-de-bico com gergelim e outros temperos, típica da cozinha mediterrânea]
• 4 iogurtes desnatados (de preferência sabor baunilha)
• 4 iogurtes gregos desnatados [N.T.: um tipo de iogurte mais espesso, similar a nata]
• 1 pote de molho picante
• 1 pote pequeno de maionese
• 1 pote pequeno de mostarda Dijon
• 1 pote de picles
• 1 tigela pequena de queijo parmesão
• 1 tablete de manteiga
• 1 tigela para 4 pessoas de salada verde (sem temperos)
• 2 sacos de ervilhas congeladas (por favor mantenha congeladas)
• 1 kg de filé mignon CRU (por favor, mantenha cru e não cozinhe – obrigado)
• 1 tigela de frutas com 4 maçãs verdes, 4 maçãs vermelhas, 4 pêras, 4 laranjas, 18 bananas, 1 manga, 1 mamão, 2 abacates, 2 pêssegos, 6 limas e 4 limões (inteiros e lavados)
• 4 porções de Blueberries (N.do R.: frutinha vermelha européia), se não for possível, por favor morangos (por favor lave e deixe na embalagem)
• 2 porções de framboesas (por favor lave e deixe na embalagem)
• 1 pão de fôrma fatiado multi-grãos e 1 pão de fôrma branco (para sanduíche) (por favor deixe na embalagem)
• 1 pacote de pães de cachorro-quente integrais (por favor deixe na embalagem)
• 1 pacote de salgadinho Tortilla Chips [Doritos] (por favor deixe no pacote – não abra)
• 2 pacotes de batas chips (por favor deixe no pacote – não abra)
• 1 pacote de petiscos (nozes e passas) (por favor deixe no pacote – não abra)
• 1 barra de chocolate suíço
• 1 garrafa squeeze com mel (N. do R.: imaginem encher um squeeze com mel! rs)
• 20 pacotes de açúcar

Comidas quentes – para antes de show (horário a ser definido no dia)

Por favor, sirva o suficiente para 8 pessoas em buffet aquecido (acredito que 3 buffets com cada item é o melhor já que espaço é importante)

Podem ser os mesmos ítens servidos para a equipe do Metallica (LOUÇAS NÃO DEVEM CONTER NENHUM ÁLCOOL).

• 1 prato de entrada de carne bovina ou suína
• 1 prato de entrada de carne de frango
• 1 prato de entrada VEGAN (nada lácteo, peixe ou carne)
• 1 pacote de cachorros-quentes de tofu (cozidos e servidos em água)
• Purê de batatas
• Vegetais (por favor, escolha entre brócolis, ervilhas, aspargos, couve-flor, milho, cenoura ou vagem)
• Espaguete ou macarrão a sua escolha (por favor, misture azeite para que fique solta)
• Molho de carne (bolonhesa)
• Molho marinara

Por favor, forneça os talheres adequados.

Utensílios e Condimentos:

• 4 toalhas de mesa
• 2 toalhas de mesa extras
• 75 copos plásticos de 500 ml
• 20 copos para café de papel (não de isopor, por favor)
• 2 rolos de papel toalha de alta qualidade
• 2 caixas de lenços (de formato cúbico se possível) (N. do R.: alguém já viu uma caixa em formado de bola?)
• 1 pacote de guardanapos
• 20 pratos em cerâmica
• 10 tigelas em cerâmica
• 20 garfos, colheres e facas (não de plástico)
• 8 taças de vinho
• 10 canecas cerâmicas para café (canecas, por favor, não copos - obrigado)
• 1 galheteiro com sal e pimenta
• 1 tábua de cortar
• 1 faca afiada
• 1 faca para queijos
• 2 abridores de garrafa
• 2 saca-rolhas
• 3 bacias para louça suja (sim precisamos de 3, por favor)

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

OPINIÃO: Será o fim das revistas de Rock?

Texto publicado no blog The Hard Ways.

O pedido de demissão do redator Thiago Sarkis da revista Roadie Crew em fevereiro deste ano me deu um frio na espinha. A notícia soaria normal se não fosse uma lavação de roupa suja promovida por alguns membros remanescentes do staff da revista no orkut, após o anúncio de despedida do redator.

Cresci lendo, ou melhor, devorando todas as revistas de rock que existiam no Brasil na década de 90: Rock Brigade, Metal Head, a própria Roadie Crew (que pintou como revista mesmo só em 1998), Valhalla, Rock Press, ShowBizz e algumas outras “tentativas de revista”. Elas, por mais patético que pareça, influenciaram um adolescente de 17 anos, que não sabia que curso fazer na universidade, a escolher o Jornalismo, com a ilusão de um dia integrar o cast delas, entrevistando todos os ídolos e vendo todos os shows de graça! Aí a vida chega forte, todos os sonhos caem por terra, o adolescente acorda, desiste do sonho e, paralelo a isso, as próprias revistas de rock definham!

Pra falar a verdade, apenas três revistas me interessavam de verdade: Rock Brigade, Valhalla e Roadie Crew. A primeira que caiu foi a Valhalla, por motivos financeiros! Mesmo uma parceria com a revista gringa Rock Hard não foi suficiente pra segurar as pontas. Isso tudo depois da era da internet, onde tudo pode ser lido quase que ao vivo e as revistas perderam as oportunidades de dar “furos” e passar informações inéditas em primeira mão.

Depois acontece minha maior decepção: a Rock Brigade, não sei por que até hoje, demite, ou tem demitida, toda a sua redação (Antonio Carlos Monteiro, Fernando Souza Filho e Ricardo Franzin, praticamente meus heróis na profissão) e contrata um bando de jovens sem a mínima noção jornalismo. A qualidade da revista caiu assustadoramente e, como se não bastasse, a revista parou de circular em bancas, sendo vendida apenas pela internet. Juro que fiquei de cara um tempão por isso.

Aí tive que “engolir” a Roadie Crew, como única salvadora da pátria! Não que a revista seja ruim. Não é! Mas sempre achei os textos dela muito burocráticos e com pautas muito repetidas. Sempre que alguma banda lança um disco, a ordem da pauta pra entrevista é:

- como foi o processo de composição;
- como foi o trabalho com o produtor;
- como tem sido a recepção das músicas nos shows e as vendagens;
- quando vocês vão tocar no Brasil;
- deixe um recado para seus fãs brasileiros.

Eu juro que eles devem ter essa pauta genérica pronta pra todas as entrevistas! E meu, quem compra uma revista de rock quer, num primeiro momento, saber como pensa o seu ídolo, como ele age etc. Que se foda como foi feito o disco! Isso ele mesmo pode escrever no site da banda dele, sem contar que muitas bandas hoje em dia já fazem vídeos “making of” onde mostram tudo!

Sem contar que todas as respostas pra essa pautinha são sempre as mesmas: “esse é nosso melhor disco, o produtor soube extrair tudo de nós, os fãs têm adorados as músicas novas nos shows, as vendagens estão ótimas, pretendemos tocar em breve no Brasil e nós amamos vocês, brasileiros, e estamos doidos pra ir aí tocar, beber caipirinha e foder suas mulheres.”

Na verdade, ainda curto muito o trabalho do Antonio Carlos Monteiro, que, depois que saiu da Brigade, tem “colaborado” com a Roadie Crew. Ele, assim como seus ex-companheiros, tem a malícia, a irreverência e a inteligência para transformar qualquer entrevistinha com qualquer bandinha mixuruca em uma verdadeira aula de extração de respostas e “prendimento” do leitor! Nada na Brigade dos bons tempos era burocrático! Eles cutucavam a ferida do artista quando era preciso, sem dó, nem piedade! E perguntavam coisas que você poderia traçar um perfil do modo de pensar do entrevistado, cumprindo assim o papel da revista, jornalisticamente falando.

“Ok! Beleza! Vamos dar uma chance pra Roadie Crew, pois às vezes eles se superam e fazem entrevistas legais.” Eu pensava assim. Aí hoje, vendo a comunidade da revista no orkut me deparo com a “despedida” do redator Thiago Sarkis e com uma lavação de roupa suja no orkut. Não que o Thiago era o redator mais fodão da revista e tals. Nem é isso! Ele é ótimo, faz boas entrevistas e se supera às vezes (não chega aos pés do staff da antiga Brigade, mas dá pra levar). Mas isso mostra que tem incríveis tretas na redação da revista!

Parece que o povo tem trabalhado lá com a faca nos dentes e com a mão no pino da granada! Isso me dá a impressão que tudo pode acabar a qualquer momento! Que os caras da revista podem brigar, por dinheiro, por ego, por diferenças e, a qualquer hora, posso ficar sem nenhuma revista de rock pra ler, por mais fútil que isso pareça ao resto do mundo!

Isso me preocupa! Me chateia! Me desanima! E cá fico eu a ler cada vez mais blogs e acessar sites sobre música. Ah, mas isso, sem saber o perfil dos caras que fazem a música que eu idolatro! Seria até um possível fim dos meus ídolos na música? Como que eu vou curtir o cara se eu não sei o que ele pensa. Vou ficar só com a música mesmo? Que medo...

Lançamentos de 2009 resenhados – Parte 1

Sou um daqueles caras aficcionados por listas de discos! Assim como John Cusack no filme Alta Fidelidade (muito bom, por sinal. Assistam com seu parceiro[a]!), faço, todos os anos, uma lista com os lançamentos e fico avaliando, mentalmente, os melhores e o piores, e também os motivos. Em 2009 não foi diferente, entretanto, vou compartilhar com vocês aqui, breves avaliações de todos os lançamentos que ouvi, com nota e tudo mais. Com ajuda da nossa grande amiga Internet, tive acesso a 18 lançamentos esse ano. Alguns eu acabei comprando. Outros não agregam valor a minha coleção (quem gosta de lista de discos tem que ter coleção em casa). O legal é que medalhões como Slayer, Megadeth e Kiss soltaram plays em 2009 e, em geral, a qualidade destes é boa, o que torna a lista bem interessante. Bom, vamos começar...


Rancid – “Let The Dominoes Fall”
Nota: 9,5


Puta merda como esses caras são bons! Desde 2003, como mediano Indestructible, eles não lançavam um disco de inéditas. Em 2007 teve uma coletânea de B-Sides muito boa, mas nada tão legal quanto este “Dominoes Fall”. Todas as fórmulas que consagraram o Rancid estão nesse CD: punk rocks de três acordes e muita melodia (“Last One to Die”, a mais foda do play), skas espertos com gang vocals empolgantes (“Up To No Good”), hardcores rasteiros (”This Place”), reggaes pra relaxar (“I Ain’t Worried”), baladinhas “violão & voz” (“Civilian Ways”). Tudo temperado com a charmosa voz rouca de Tim Armstrong, os berros vibrantes de Lars Frederiksen e, para surpresa dos fãs, uma música inteira com os vocais do baixista Matt Freeman (“L.A. River”), coisa que não acontecia desde 2000. A produção é do guitarrista do Bad Religion Brett Gurewitz, “papa” da cena punk americana do início dos anos 90 e dono da gravadora Epitaph (responsável pelo lançamento). Segundo a Wikipedia, este disco estreou na posição 11 da Billboard, a mais alta já alcançada pelo Rancid. Pra quem curte um Punk Rock e não tem preconceito com influências de outros estilos, é um prato cheio!


Megadeth - Endgame
Nota: 8,0


Todas as resenhas que tenho lido estão falando que este disco é um novo clássico do Megadeth. Puxa, é um baita CD, mas tá muuuuito longe de ser um clássico no mesmo patamar de um “Rust In Peace” ou um “Countdown to Extinction”. Eu sempre me lembro de uma entrevista antiga do Mustaine, da época do Monsters de 1995, onde ele dizia que tocava com ódio e o Marty Friedman com amor. Esse ódio que ele fala transborda nesse play! Você pode sentir aquele ranger de dentes característico dele enquanto escuta qualquer riff ou solo. De fato, ele trampou bem aqui! Os destaques absolutos ficam para a faixa instrumental de abertura “Dialetic Chaos”, onde temos um duelo de guitarras inspiradíssimo, a que vem sem seguida “This Day We Fight”, um thrashão nervoso e raivoso, e para “Head Crusher”, que é literalmente um “esmaga-crânios”, com direito àquele riffão de palhetada pra baixo bem oitentista. Outra coisa que é destaque no álbum é o trampo da batera. Shawn Drover fora muito criticado nos álbuns anteriores, mas nesse ele arregaça! Já o novo guitarrista Chris Broderick não me empolga. O Mustaine disse que ele é o melhor que já tocou junto com ele, mas pra mim ele não passa de um professor de guitarra, que frita muito à toa, passando bem longe da beleza e do feeling transbordante que os solos do Marty Friedman tinham de sobra.


Nirvana – Live At Reading
Nota: 10


A nota 10 vai pelo contexto histórico! Quem acompanhou a carreira do Nirvana, sabe que o ponto mais alto e, talvez a melhor apresentação de todas, foi esse show no Reading Festival de 1992. O “Nevermind” estava estourando ainda. O sucesso só aumentava a cada dia e o vício de heroína do Kurt também. A história todo mundo já sabe de cor, mas o que ninguém podia prever é que a banda pudesse fazer um show tão foda quanto esse, com Kurt cantando absolutamente bem e a banda tocando com perfeição cirúrgica! No repertório temos praticamente o “Nevermind” inteiro e mais algumas do “Bleach” e do “Incesticide”, além das até então inéditas para a época “tourette's”, “All Apologies” e “Dumb”, que integrariam o “In Utero”. Há ainda dois covers obscuros ("The Money Will Roll Right In", do Fang, e "D-7", do Wipers) e muita energia! São 25 músicas, com direito a todo o falatório entre elas, além de risadas (!!!) de Kurt Cobain. To só esperando o DVD sair no Brasil pra garantir o meu (N. do R.: minha encomenda já chegou! :o) )!


Hatebreed – For The Lions
Nota: 8,5


Uma banda da cena Hardcore fazendo um CD de covers! Inusitado, né? Mais inusitado ainda se metade dos covers forem de bandas de Metal! Pois é, o Hatebreed fez isso e muito bem feito neste “For The Lions”. Como um CD que tem músicas de medalhões do Metal como Slayer (“Ghosts of War”), Metallica (“Escape”), Sepultura (“Refuse/Resist”) e Obituary (“I’m In Pain”) e, ao mesmo tempo, de bandas clássicas de Hardcore como Agnostic Front (“Your Mistake”), Madball (“Set It Off”), Sick Of It All (“Shut Me Out”), Black Flag (“Thirsty And Miserable”) e Merauder (“Life is Pain”) pode ser ruim? E ainda tem Suicidal Tendencies, Cro-Mags, Bad Brains, Misfits, D.R.I. etc. A execução das músicas é perfeita e, com exceção da afinação (que é mesma que a banda usa em suas músicas, “C”), todos os covers são tocados iguais aos originais, como (pra mim) qualquer cover deve ser. O único ponto negativo é para o vocal Jamey Jasta tentando cantar limpo no clássico do Metallica. Ficou forçado demais, infelizmente. Mas de resto é só alegria! Pura cacetada!


Hatebreed – Hatebreed
Nota: 8,0


Ainda estou digerindo este álbum. Citação estranha no caso do Hatebreed, pois todos os outros quatro anteriores de inéditas são praticamente partes de um mesmo disco. Até este play aqui, o Hatebreed ainda estava no seleto hall de bandas que não mudam seu estilo e lançam sempre o mesmo disco, como Ramones, Motörhead e AC/DC. Este é diferente mesmo! A influência do Metal corre forte, com muitas bases palhetadas com solinhos, solos Thrash Metal e pedal duplo comendo solto. Aliás, o destaque de execução aqui fica pro batera Matt Byrne, que certamente aprendeu muito tocando os covers do “For The Lions” e dispara levadas intricadas de bumbo como nunca. A velocidade também diminuiu um pouco. Parece que o Kingdon of Sorrow, projeto paralelo de Sludge Metal do Jamey Jasta com o guitar do Crowbar Kirk Windstein, exerceu muita influência. Legal que é o segundo lançamento da banda em 2009. Que banda hoje em dia tem moral pra isso? Entretanto, os comentários que ouvi desse play foram todos negativos, com o pessoal dizendo que achou estranho. Eu já acho uma atitude boa e vejo uma banda preocupada em não ser repetitiva. Afinal, gravar outro “Supremacy” ou outro “Perseverance” seria muito fácil e óbvio. Destaco as faixas “In Ashes They Shall Reap”, que lembra a “I Will Be Heard”, mas tem um refrão melódico, a velocíssima “Hands Of A Dying Man” e sua levada à Slayer, e “Everyonde Bleeds Now”, com seu peso mastodôntico e breakdown avassalador. É, de fato, diferente dos padrões “hatebreedianos”, mas inovação na carreira de qualquer banda só faz ela crescer!


NOFX - Coaster
Nota: 9,0


Até hoje não vi banda mais inovadora que o NOFX: “Coaster”, em inglês, é o famoso porta-copos, aquelas “bolachas” onde descansamos nossos chopes no barzinho. Já a versão em vinil deste play foi lançada com o nome de “Frisbee” (aqueles discos de jogar um pro outro na praia)! Fat Mike é mesmo um gênio criativo (rs)! Musicalmente falando, “Coaster” traz o NOFX em estado puro, com tudo que a banda já fez de melhor em sua carreira (e já são 26 anos), mas com riffs mais malvadões, influenciados pelo Metal. Este 11º disco dos caras traz as clássicas letras com o humor cáustico de Fat Mike, como “Eddie, Bruce and Paul”, onde ele conta a história da saída de Paul Di’anno e a entrada de Bruce Dickinson no Iron Maiden. Só que lendo a letra sem conhecer a história, parece que estamos diante de um triângulo amoroso gay!!! Quem mais conseguiria contar uma história com metáforas como esta? (rs) Outro ponto interessante do álbum é a faixa "My Orphan Year", onde, num raro momento de seriedade, Fat Mike conta a história do ano em que perdeu seu pai e sua mãe (2006). A letra é um relato sério e triste e, certamente, terá a identificação de muita gente que já passou por isso. Mas o que predomina é o clima de festa e bagunça, como no fantástico reggae "Best In God Show", cujo título fala por si só. Excelente!


Chimaira – The Infection
Nota: 8,0


Meu Media Player classifica este CD como "Groove/Post-Thrash/Metalcore"! Por aí já dá pra imaginar aquela mistureba que envolve vocais e batidas "ishpérrrtas" do rap, sussurros, pedal-duplo moendo, levadas “cisca-cisca”e por aí vai. Afinal, é o novo play do Chimaira, aquela banda que começou fazendo new metal imitando o Korn, ficou mais pesada quando o new metal morreu, virou metalcore, lançou um disco de thrash metal quando era isso que estava em voga e, agora, deve seguir a atual tendência do momento. Mas provando que nem sempre a água do rio corre na mesma velocidade, a banda surpreendeu e lançou seu disco mais pesado, lento e denso! “The Infection” começa com “The Venom Inside”, que tem uma bela intro, com dedilhados e guitarras dobradas à Iron Maiden. Mas ao invés de explodir aquele riff “abre-rodinha”, o que entra é um riffão lento, pesadíssimo, de fazer Tony Iommi morrer de inveja, tamanha densidade! As guitarras são o grande destaque do play, pois é riff atrás de riff, sem descanso. Prestem atenção no riff do meio de “The Disapearring Sun”: Hetfield ficaria orgulhoso! O vocalista Mark Hunter parou com aquelas falas desesperadas tipo “I’m so alone” e se limitou a gritar. Tá cavernoso e mete medo em criancinha! E dá-lhe breakdown! Praticamente todas as músicas possuem um! Ver a faceta “queremos mostrar o quão pesados conseguimos ser” do Chimaira é muito legal, porque mostra que a atual tendência é ser “mauzão”. Isso, claro, levando em consideração que a banda, apesar de boa, SEMPRE segue as modinhas do momento no rock.


É isso aí! Muito em breve a Parte 2 sai do forno! Teremos Slayer, Kiss, Killswitch Engage, Suicidal Tendencies, Alice In Chains, Claustrofobia, Heaven & Hell, Massacration...