quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Lançamentos de 2009 resenhados - Parte 2

É isso aí! Ainda em 2009! Último post do ano! Espero que gostem e que, principalmente, COMENTEM AQUI no blog! É, porque é o meu melhor termômetro pra saber se querem, ou não, me bater por conta das minhas opiniões (rs)! É isso! Obrigado a quem teve a paciência de nos acompanhar nestes primeiros meses! Um ótimo 2010, com muito Rock para todos!

Slayer - World Painted Blood
Nota: 7,5


Definitivamente este não é um caso de “amor à primeira ouvida”! Para uma banda como o Slayer, que todo mundo já sabe a história, quem eles são e do que são capazes, uma nota 7,5 é praticamente passar de ano raspando, com aquele cincão que o professor te deu por dó só pra não te deixar de “DP”. Que fique claro desde já: não é um disco ruim! Longe disso! Mas para quem já soltou um “Reign In Blood”, este WPB está bem abaixo da média. Ok, querer comparar com o clássico dos clássicos do Thrash Metal é até mancada, mas é que não consigo tirar da minha boca aquele gostinho de decepção ao ouvir este álbum. E olha que ele não sai do meu MP3 e eu já até comprei o CD pra coleção (rs)! Afinal, o que tem de “ruim” nesse play? Ele é forçado e, infelizmente não tem aquele punch desgracento característico do Slayer. O último que teve isso foi o “God Hates Us All”, de 2001. Pô, quem não tem vontade de dar porrada ao escutar “Payback”, por exemplo? Aqui não temos isso em nenhum som e, os mais porradas, como “Unit 731” e “Public Display of Dismemberment”, apesar de fodões, não empolgam tanto. O primeiro, aliás, tem uma intro que lembra bastante a “Necrophobic”. O problema é que, não se sabe o motivo, Dave Lombardo está lerdo em seu kit de batera. Claro, o “lerdo” desse cara ainda é muito rápido, mas, por exemplo, a velocidade máxima imprimida em qualquer faixa desse disco não pega uma “Dittohead” ou a própria “Necrophobic”. Outra referência ao passado aparece em “Snuff” (algo como “fungada” ou “baforada”, em Inglês), que tem o início com aquele solo “torto” do Jeff Hannemann, lembrando muito a “Captor of Sin”. Temos também alguns sons mais lentos, como “Human Strain” e “Beauty Through Order” que, pra mim, estariam muito bem no “Diabulos in Musica”. As melhores do play são “World Painted Blood”, “Hate Worldwide” e “Psychopathy Red”. A primeira é um Thrash com andamento devagar (!!!), mas possui alguns riffs bem legais e diferentes do que o Slayer costuma fazer, sem contar que o final lembra (de novo uma referência ao passado!) o final de “Angel of Death”. A segunda é um som rápido, curto e grosso, com solos legais e uma base bem marcada. A terceira, a melhor de todas, além de uma produção superior, é a que mais passa aquele sentimento de querer dar porrada como em “Payback”, sem contar que o refrão tem um riff que lembra (mais uma vez!) sons como “Hell Awaits” ou “Postmortem”. Outro fator que pesa negativamente é o timbre das guitarras. Ele está seco demais, com pouca distorção, lembrando algo na linha do AC/DC. Isso, com as palhetadas rápidas de Kerry King e Jeff Hannemann, deixa muitos buracos e tira o peso do som, contando ainda com o fator “ausência do baixo”, sempre “presente” nos discos do Slayer. Em suma, é um disco bom, mas ainda assim, muito aquém se ele for tratado (e deve ser) como uma obra do Slayer.


Lamb of God - Wrath
Nota: 9,0


Quem não se lembra daquele vídeo de “Black Label” ao vivo no Hellfest 2003, numa tenda em um daqueles festivais undergrounds americanos? Esse vídeo foi a “escola” dos movimentos que vemos em qualquer moshpit hoje em dia! Além disso, ele trazia uma banda até então desconhecida, mas muito boa, com um vocalista malvadão, dois guitarristas com uma pegada absurda e presença de palco idem, e um batera que poderia muito bem ministrar workshops em qualquer conservatório de música do mundo. O nome era estranho, Lamb of God, mas mesmo assim pegou! Hoje, pra mim, esses caras estão suprindo muito bem o vácuo que o Pantera deixou na cena! E não digo isso só pelo timbre e presença de palco do insano vocalista Randy Blythe, que lembra muito Phil Anselmo, mas também pelo incrível groove e peso que eles empregam em seu som, assim como a banda o saudoso Dimebag fazia com primor. Mesmo completando 20 anos de estrada agora em 2010, e depois de lançarem dois discos de sucesso na cena, “Ashes of the Wake” e “Sacrament”, ele ainda demonstram um pique de “iniciante” incrível neste “Wrath”, um disco que faz jus ao nome. “Ira” é tudo o que encontramos aqui, mas de maneira muito bem elaborada, com riffs ainda mais trampados e perfeitos pra bater cabeça, solos de deixar os guitarristas do Iron Maiden orgulhosos e vocais cavernosos! Tudo envolvido por um peso absurdo de uma timbragem bem grave, porém muito bem definida pela ótima produção de Josh Wilbur. O play começa a intro “The Passing”, que resgata aquela tradição dos discos oitentistas de Thrash Metal com dedilhados e lindos solos dobrados de guitarra, para cair na pancadaria desgracenta de “In Your Words”, que entra com um riff martelado e explode em seguida num berro “assusta-criancinha” de Blythe. A partir daí é só porrada, com os dois singles “Set To Fail” (que blast beat coeso!) e “Contractor” (deliciosamente inconsequente). Lembra que eu falei de solos de guitarra? Eles não eram tão presentes na música do “Cordeiro de Deus” até então, mas nesse disco, Mark Morton e Willie Adler resolveram mostrar que não passaram a adolescência praticando guitarra à toa! Escute os de “Everything To Nothing” e “Choke Sermon” pra entender o que digo! Aliás, o solo da primeira tem uma passagem que me lembra a vinheta de abertura do Globo Repórter (rs)! Não foi à toa que este play estreou em 2º lugar na Billboard! Confira ele na íntegra no MySpace dos caras!


Killswicth Engage - Killswitch Engage
Nota: 6,5


Quem me conhece sabe que nunca fui fã do KSE. Mas mesmo assim sempre admirei os breakdowns e as guitarras dobradas bem trampadas que esses americanos sempre colocam em sua música. O ponto que fez eu nunca virar fã deles é a aquela formulinha que eles seguem em insistir disco após disco, talvez por achar que isso faz parte de um estilo novo que supostamente eles estariam criando. Eis a fórmula: “a gente começa a música no arregaço, com guitarras dobradas, bumbo duplo, vocal urrado-assusta-criancinha e aí, quando chegarmos no refrão, toda a destruição descamba pra melodia mais bela que pudermos fazer.” Assim eles forjaram a sua carreira de sucesso! É, mas chega uma hora que repetição enche o saco até de masoquista e, como toda banda sempre tem um disco ruim na carreira, creio que este é o dito cujo do KSE. A questão é que o KSE sempre circulou no meio do Metal devido às partes pesadas de sua música. Normalmente os ouvintes casuais da banda “aturavam” essas melodias empregadas nos refrãos e deixavam a parte pesada “compensar”. Só que nesse auto-intitulado play eles extrapolaram nos elementos melódicos e nas partes lentas, criando um disco bem pop e chorão, ainda que com guitarras pesadas. Claro, há sons excelentes, como “Take Me Away” e “The Forgotten”,com todos os elementos característicos que consagraram a banda. Este primeiro, inclusive começa com guitarras de dar orgulho a Adrian Smith e Dave Murray e tem uma melodia no refrão que você pode colocar pra jantar com sua mulher sem parecer piegas. Mas ao lado disso tem as melodias mais chorosas e os momentos mais “emo” do KSE, como “Starting Over”, onde nem mesmo a levada cavalgada a lá “The Trooper” salva o caldo. Esses momentos do disco me fazem crer ainda mais na teoria de que quem participa e apóia essa tal cena do “metalcore” são os órfãos da primeira leva do “emo”, que se utilizava do poppy punk (ou Hardcore melódico se assim faz-se entender melhor) na primeira metade da década. Hoje em dia, esse pessoal evoluiu como instrumentista e faz o tal do “metalcore” como forma de expressão, já que ele usa elementos pesados pra mascarar a choradeira do pano de fundo. O legal é que modinhas sempre morrem...


Kiss - Sonic Boom
Nota: 8,0


A banda mais marqueteira do mundo voltou em grande estilo! Esse “Sonic Boom” lembra os melhores momentos dos mascarados e pode ser colocado ao lado dos clássicos que eles fizeram na década de 70 sem que isso soe como uma profanação! Imaginem se o “Destroyer” ou o “Hotter Than Hell” (meu favorito) tivessem uma produção com os recursos tecnológicos de hoje? Seria algo bem próximo deste play! É aquele Hard Rock rasteiro, malandro e festeiro que só Gene Simmons e Paul Stanley sabem fazer quando se propõem! Junta-se isso com a competência de músicos como Eric Singer e Tommy Thayer e tem-se um disco gostoso de ouvir, com músicas de puro Rock n’ Roll, como o próprio Gene avisou antes do lançamento! Pegue a música de abertura e primeiro single Modern Day Delilah, por exemplo, e você vai ter uma boa amostra de como fazer um Rock n’ Roll pesado e moderno, mas que é ao mesmo tempo uma música com aquele groove setentista que só o Kiss tinha! O resto do play é pura festa! Os vocais de Stanley estão vigorosos como sempre! O baixo de Gene está gorduroso e pesado como o Deus do Trovão! Thayer faz solos no melhor estilo Ace Frehley, mas sem conseguir disfarçar sua técnica apurada latente! Singer segue sólido como uma rocha na batera! Nem mesmo os momentos “vamos-fazer-um-som-pra-pegar-mulher”, como o corinho a lá “God Gave Rock n’ Roll To You” em “Stand” estragam a obra, porque, como já disse: esse disco é pura festa!


Massacration - Good Blood Headbanguers
Nota: 9,0


Eles voltaram! Quem não gosta da piada, que pule esta resenha, porque eles estão ainda melhores! Absolutamente tudo que fez o Massacration a banda mais amada e odiada do Brasil está presente nesse Good Blood Headbanguers (com “guers” mesmo), só que ainda mais extremado. Os fãs de bandas com a “postura Manowar” certamente ficarão com as cabeleiras ainda mais de pé e criticarão sem piedade! Mas, quem já é crescidinho e entende a proposta, certamente estará diante de um dos melhores plays de metal tradicional já produzidos por brasileiros, sem desmerecer nenhuma outra banda! A produção do tarimbadasso parça do Bruce Dickinson Roy Z deixou a timbragem dos instrumentos simplesmente mortal! As guitarras estão absurdamente pesadas sem precisar utilizar o recurso da afinação mais baixa. Nos solos, Roy Z deixou um timbre muito, mas muito oitentista, cheio de delays e reverbs. Escute o da balada “The Bull” e você vai ser transportado direto para o clipe de “One Track Mind” do Motorhead! Essa balada, primeira da banda, aliás, é o melhor som, disparado, tanto no quesito “piada”, como no quesito “som”. Todos os clichês do Heavy Metal estão aqui da melhor e mais cativante forma, que qualquer headbanger (com “ger” mesmo...rs), se souber relevar a piada, baterá cabeça sem dó ao ouvi-la. Tem o dedilhado, a narração com voz profunda, os gritos agudássos, os riffs cortantes. Enfim, tudo o que uma boa canção de Heavy Metal deveria ter e as bandas de hoje parecem ter esquecido como fazer. Tem uma menção à infância nos 80’s em “The Mummy”, com o “tumba-la-catumba-tumba-ta” da Vovó Mafalda! Tem também uma homenagem aos mestres no riff de “The Big Heavy Metal” que remete muito à “Iron Man” daquela banda que vocês conhecem muito bem. Nem preciso falar que nas letras eles se superam, pois, sinceramente, eles poderiam cantar em russo aqui, que esse play ainda seria fodasso! Uma vez eu li um entrevista do Pompeu, do Korzus, dizendo que apesar de boa banda, o Massacration tomava espaço de bandas que estão há anos na estrada fazendo um trabalho sério. Mas, puxa, Heavy Metal também é entretenimento e, com esses malucos aqui, isso é garantia certa da melhor das diversões!


Alice In Chains - Black Gives Way To Blue
Nota: 8,5


Como é que você marca a reunião de sua banda após mais de dez anos e ainda sem o carismático vocalista original, que morreu de overdose? Loucura, né? Mas tem gente que faz dar certo, igual nosso amigo Jerry Cantrell. Primeiro, ele arrumou um vocalista substituto à altura (ou seria um “copiador” à altura?) de Layne Staley, William DuVall. Depois compôs o material mais pesado e mais parecido com os discos que catapultaram a banda como uma das melhores dos anos 90. Tendo tudo isso, aliado à sua habilidade musical e à de parceiros como Mike Inez (B) e Sean Kinney (D), não tem como dar errado! E não deu! O AIC acertou em cheios neste “Black Gives Ways To Blue”. As músicas continuam com aquele clima soturno, mas têm o acento pop necessário para não virar uma chatisse. Fora o peso descomunal que Cantrell impõe nas seis cordas. O primeio single, “Check My Brain”, e a seguinte, “Last Of My Kind”, tem um quê de Black Sabbath muito gostoso de saborear. Não é nem necessário falar dos solos, já que é Cantrell no comando das guitas! Também tem ótimas baladas, como “Your Decision”, onde a voz principal é feita pelo guitarrista. Claro! Experiente como sempre, Jerry Cantrell põe sua voz em todas as músicas, como meio de “camuflar” qualquer desconfiança sobre DuVall e deixar o som com a cara de AIC. Mas, vendo vídeos ao vivo no You Tube, Duvall não faz feio nem nas músicas antigas e é praticamente um ex-vocalista de banda cover do AIC!


Claustrofobia - I See Red
Nota: 8,5


Acho que não tem banda mais famosa que tenha saído das seções de demo das revistas de Rock do Brasil. Sem contar que eles têm em média 26 ou 27 anos de idade e a banda já existe há uns 15 anos (!!!). Neste “I See Red” (algo como “sangue-no-zóio”) o Claustrofobia segue com seu legado de brutalidade em 13 novos sons e mais dois covers. Apesar de tão esmagador quanto o disco anterior, “Fulminant”, o “I See Red” mostra que o grupo está pendendo mais pro Thrash Metal e se distanciando um pouco o Death Metal. Os blast-beats diminuíram, mas a velocidade empregada continua absurda. Caio D’Angelo, apesar de ser baixinho e pouca gente dar alguma coisa pra ele, é um monstro na batera, um dos melhores do Brasil. O mais rápido já acho com certeza, já que não acho blast-beat algo necessariamente rápido, sem contar que é mais fácil de fazer do que agüentar levar uma música tipo Slayer por mais de cinco minutos. O melhor som do play é, sem dúvidas, “Don’t Kill The Future”. Um verdadeiro míssel thrash, nem tão rápido, mas com uma levada foda, de tão empolgante! E os riffs então, estão cada vez mais técnicos! O legal do Claustrofobia é que eles são cabeça-aberta e não fazem a mínima questão de esconder suas influencias Hardcore, dando uma pitada de brutalidade a mais no play. Ah, os dois covers? “Beneath The Remains”, do Sepultura, e “Filha da Puta”, do Ultraje a Rigor, em versões fantásticas!


Heaven & Hell - The Devil You Know
Nota: 8,0


Puta merda! Não tem nem o que falar de uma banda com essa formação! Acho que todo mundo já ouviu esse play e todo mundo sabe que ele é tão foda quando o “Heaven & Hell”, ou o “Mob Rules”, ou o “Dehumanizer”, né? Tony Iommi continua o mestre supremo na arte de fazer riffs pesadíssimos, sombrios e cortantes! É só escutar “Fear” ou “Bible Black” pra constatar que ele não se estagnou e continua criando riffs como se o Black Sabbath, ou melhor, o Earth tivesse começado ontem! Vinnie Appice é sólido como uma rocha e dá todo o pano de fundo necessário para o peso da banda. Geezer Butler também é um dos tiozãos mais foda do mundo, com linhas de baixo pesadíssimas e na composição de alguns dos melhores riffs! E o Dio não teria outro sobrenome em italiano, senão esse de “DEUS”! Quem me dera chegar na idade desses senhores e ainda ter culhões pra fazer um som pesado desses com essa classe e categoria! Eles são foda! Por que nota “8,0” e não “10”? Porque mesmo com tudo isso, acho que ainda faltou aquela coisa que todo clássico do Metal tem. Talvez com o tempo ele vire o tal clássico, mas por enquanto...


Mike “Cyco” Muir - Year Of The Cycos
Nota: 8,5


Ué? Mas não é o novo do Suicidal Tendencies? Não! Trata-se de um disco novo que tem músicas de TODOS os projetos do Mike Muir. Ou seja, temos sons do Suicidal Tendencies, do Infectious Grooves, do Cyco Miko e do No Mercy! Tudo som novo, com as novas formações! É até difícil de resenhar, já que o estilo das bandas difere bastante, apesar de ter sempre a mesma pegada e o mesmo vocal. Dos sons do Suicidal vale destacar “Come Alive”, que tem até clipe, e “Cyco Side Of The Brain”, com um puta groovão funkeado, que não sei como ele não gravou isso como IG. Também tem uma versão ao vivo de “Cyco Vision” muito matadora. Só quem já viu sabe como Mr. Muir e sua(s) banda(s) é foda ao vivo! Legal que com o Cyco Miko ele regravou “Two Wrongs Don't Make a Right (But They Make Me Feel A Whole Lot Better)” do “Join The Army”, clássico de 1987 do Suicidal! E ficou melhor que a original! Que aula de HC é esse som! E com o IG ele continua dischavando, mostrando pro mundo como se faz o melhor dos funks! De qualquer forma, seria mais legal se viessem quatro full lenghts das bandas! Nem queria mais nada, né (rs)?

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