segunda-feira, 20 de julho de 2009

Resenha: Chimaira - The Infection (2009)


Meu Media Player classifica este CD como "Groove/Post-Thrash/Metalcore"! Por aí já dá pra imaginar aquela mistureba que envolve vocais e batidas "ishpérrrtas" do rap, sussurros, pedal-duplo moendo, levadas “cisca-cisca”, efeitos mirabolantes na distorção das guitarras e por aí vai. Afinal, é o novo play do Chimaira: aquela banda de Cleveland (Ohio), que começou fazendo new metal imitando o Korn, ficou mais pesada quando o new metal morreu comercialmente, virou metalcore, lançou um disco de thrash metal rápido quando era isso que estava em voga na cena e agora deve seguir a atual tendência do momento (seja lá qual for ela).

Mas provando que nem sempre a água do rio corre na mesma velocidade, o Chimaira (se lê “caiméra”) surpreendeu a tudo e a todos e lançou seu disco mais pesado, brutal, lento e denso! “The Infection” começa com “The Venom Inside”, que tem uma bela intro, com dedilhados e guitarras dobradas à la Iron Maiden fazendo aqueles solos bonitinhos. Lembra bastante a introdução do “...And Justice For All”, do Metallica. Mas ao invés de explodir aquele riff “abre-rodinha” rápido e inconsequente, o que entra em seguida é um riffão lento, pesadíssimo, de fazer Tony Iommi (Black Sabbath) morrer de inveja, tamanha densidade do negócio!

As músicas seguem bem densas, lentas, pesadas ao máximo. A dupla das seis cordas Rob Arnold e Matt DeVries, a exemplo do disco anterior “Ressurrection”, mostra que estudou muito o instrumento na adolescência e nos brinda com muitos solos, coisa que não existia no começo da banda. Aliás, as guitarras são o grande destaque desse play, pois é riff atrás de riff, sem descanso. Prestem atenção no riff do meio de “The Disapearring Sun”: James Hetfield ficaria orgulhoso!

Sobre as letras, apesar de não ter lido todas, só pelos títulos já dá pra perceber que o tempo andou muito fechado pro vocal Mark Hunter, tamanho pessimismo e agonia que elas transmitem. Nos vocais, ele, por glória dos deuses, parou com aquelas falas desesperadas tipo “I’m so alone” do primeiro disco e se limitou a gritar. Tá cavernoso e mete medo em criancinha! Como sempre deveria ter sido!

E dá-lhe breakdown! Seguindo a lentidão, praticamente todas as música possuem um! Eu curto muito breakdowns, mas ficou meio exagerado aqui. Nem por isso o disco ficou chato. Pelo contrário, ver a faceta “queremos mostrar o quão pesados conseguimos ser” do Chimaira é muito legal, porque mostra que a atual tendência é ser “mauzão”, enterrando de vez o maldito “emo”. Isso, claro, levando em consideração que a banda, apesar de boa, SEMPRE segue as modinhas do momento no rock. E que bom que a atual “modinha” pede peso. Muito PESO!

Veja a seguir o vídeo do primeiro single, “Destroy and Dominate”:

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