quarta-feira, 22 de julho de 2009

Entrevista: Cris Goyaba (METAL FOR ALL)


Metal pra todos, sem dúvida!

Ela organiza festivais no underground desde 1994! Já trouxe pra nossa região bandas que estouraram no cenário Metal nacional e gringo, como o Steel Warrior, de Santa Catarina. Atualmente, ela é a cabeça por trás do festival "Metal For All", um dos eventos com a maior longevidade do underground do Brasil, realizado na cidade onde ela mora, Salto, e que terá sua 10ª edição no próximo dia 17 outubro com a participação dos renomados thrashers do Violator (de Brasília-DF) como atração principal! Além de tudo isso é uma simpatia em pessoa e também pela internet, por onde esta entrevista foi realizada. Com vocês, as palavras dela: Cris Goyaba!

Cris, você é uma das maiores organizadoras de show do Underground do interior paulista, tendo o Metal For All como um evento reconhecido no Brasil todo. Gostaria que você se apresentasse contando um pouco de sua vida, como começou a curtir som e como (e porque) começou organizar festivais.

Olha só Leo, primeiramente quero agradecer o espaço que você está dando aí pro Metal For All e para que eu possa mostrar um pouco do meu trabalho. E claro, agradeço de coração os elogios e acho que nem somos tudo isso aí que você falou (rs). Me apresentando: me chamo Cristiane, apelido de Goyaba (já nasci com ele, pois herdei de meu pai), sou casada há 10 anos com o Renato (que agradeço por me aguentar por tanto tempo) e tenho duas filhas: Bruna, de 16 anos, filha do meu primeiro casamento, e Bianca, com 5 aninhos. A respeito de curtir som, acho que todo mundo que curte de verdade já tem no sangue! A gente ouve aquilo e o coração já bate mais forte, sente arrepios! E eu, desde criança sentia isso ao ouvir Beatles ao lado do meu pai. Tenho também um primo que sempre curtiu som e eu ficava do lado de fora do quartinho de som dele ouvindo Kiss, Judas, Maiden... Ele foi minha “porta” pras bandas mais pesadas. Só que eu não entrava no quartinho porque tinha um pôster do Gene Simmons lá e eu morria de medo! E daí pra conhecer as pessoas com o mesmo gosto da gente é um pulo. Só que meu início não foi fácil. Por ser uma época em que o radicalismo imperava, em 1990. Agora, sobre fazer os festivais foi assim: tinha um bar chamado Bar do Borracha aqui em Salto e meus amigos viviam tocando lá. Na época eu já tinha minha filha e estava separada há pouco tempo... Acho que foi mais ou menos em 1994 e as bandas que estavam na ativa já não eram mais as bandas que eu conhecia antes de me casar, então tive a idéia de fazer um lance lá com as bandas “que eu gostava”. E assim saiu o “1º Encontro de Guitarras Distorcidas”. Acho que tivemos três edições. Depois tive uma parceria com o Emílio, da loja Oficina & Cia, onde fizemos o Fest Oficina Rock (algo assim, não me lembro o nome exato) e até mudamos de local, usando o Clube do Patrocínio, aqui em Salto. Também já colaborei diretamente com muitos outros eventos e festivais que me chamavam. Dei uma parada por alguns motivos que no momento nem é bom citar, para evitar conflitos e também, depois, para cuidar da minha gravidez e da pequena. Logo após o nascimento da Bianca tive um problema muito sério de saúde que nem sabia o que era. Só descobri depois que saí dele. Sofri de uma Síndrome do Pânico! Quando voltei com os eventos me senti outra pessoa! Foi logo no começo do tratamento, em 2006, ajudando a Raquel, da loja Messenger of Rock. Fizemos dois festivais juntas, sendo que o primeiro eu ajudei informalmente e no segundo eu estava diretamente na organização. Depois disso a loja fechou e comecei com o Metal For All, que é sobre ele que falaremos agora... Daí adeus medicamentos!!! O MFA foi minha cura!!! *-*

Qual o grande barato de organizar um festival? Dá pra tirar uma grana ou é mais pela paixão mesmo?

Olha só Leo, tenho um acervo enorme de bandas pra tocar no MFA que até me sinto mal às vezes, pois conforme as pessoas me procuram, eu ouço e coloco numa ordem na minha lista. Mas nem sempre é possível seguir esta ordem, pois eu costumo mesclar os estilos e como fazemos o evento a cada três meses isso demora muito. A respeito de grana, isso depende. O salão que agora já virou “oficial” do MFA faz uma parceria comigo: 50% da bilheteria é deles e o bar também. Então eu tenho que me virar com 50% da bilheteria pro seguinte: parte de água e lanche pras bandas, metade da segurança, transporte das bandas e divulgação. Dependendo do público até sobra uma grana sim e dependendo também de onde vêm as bandas. Mas tudo o que sobrou até hoje eu investi no festival. Já temos uma bateria Peace e um amplificador de guitarra Create.

Como foi o primeiro festival que você organizou? O que rolou?

Bom, o primeiro, lá em 1994, foi uma mistureba danada! Me lembro vagamente, mas se não me engano foram as bandas Holy Smoke (que depois virou Thrashed), Positive System (de HC), Kick in the Balls e Sangria. Agora, o 1º MFA contou as bandas Lipstick (hard/glam), de Sorocaba, Thrashed (thrash metal), de Salto, Venomancer (heavy metal), de Indaiatuba, e Savagery (thrash metal), de São José do Rio Preto. Os dois foram excelentes!

Quais as histórias mais bizarras que você pode contar dessa vida de organizadora?

Ah meu, não sei se tenho história bizarra. Acho que acontece no MFA as coisas normais de qualquer outro evento: aqueles tiozinhos bêbadosque muitas vezes se divertem mais do que alguns que curtem metal (rs)! Às vezes começa a rolar algum desentendimento quando o goró sobe na mente, mas a gente já aparta antes da treta rolar. Agora vou te falar uma coisa: BIZARRO mesmo é nego que fala demais! Pois não é nada fácil fazer essa correria e todos sabem que eu não faço por grana! Só que eu não preciso ficar falando isso ou esfregando nada na cara de ninguém, pois quem me conhece sabe do amor que tenho!

Já teve alguma banda que tocou em um evento seu e hoje em dia é conhecida na cena Metal do Brasil ou do mundo? Alguma banda gringa também?

Pow! Assim, não desmerecendo nenhuma das bandas que vem tocar aqui, e eu também não sei a história de todas elas, mas tenho o maior orgulho em dizer que já trouxe aqui pra Salto, em 1998, o Steel Warrior, de Santa Catarina. Meu, foi a maior doidera que eu já tentei e o melhor de tudo é que deu certo! Eu trocava correspondência com o Culver, batera da banda (é, não tinha net naquela época não) e acertamos o seguinte: eles viriam por conta própria e eu tinha que conseguir a passagem de volta. Meu, a grana deu CONTADINHAAA!!! E os camaradas ajudaram na hora de dormir, já que não caberiam todos em casa. Espalhamos a galera pelas casas dos amigos Paulo e ACS, mas foi lindo! E depois disso eles tocaram lá pela Europa e tão aí, com um álbum novo pra volta triunfante depois de perderem estúdio e tudo mais na tragédia das chuvas por lá (SC). E claro, já trouxe Anthares e Salário Mínimo que são ícones do metal nacional dos anos 80. E no evento do Projeto Metal (que eu fiz a parte de contato com as bandas) também veio a banda Eclyptika, que já fez uma tour na Europa e tals...

Quem deseja organizar um evento deve fazer o quê? O que você falaria pra quem deseja se meter neste meio?

Olha Leo, acho que acima de tudo tem que ter uma paixão pelo que vai fazer, porque não é fácil. A ter atenção é fundamental, pois tem detalhes tão pequenos que às vezes você deixa passar e faz uma diferença imensa no Dia “D”. Mas acho que acima de tudo tem que ter AMOR! Tudo o que a gente faz com amor acaba dando certo... =D

Quais suas bandas favoritas e quais as bandas novas, brasileiras ou não, que você recomenda?

Putz, sou meio perdida quando o assunto é “bandas favoritas”, pois eu ouço muitos estilos diferentes, mas meus favoritos são Heavy Metal e Hard Rock (rs). Olha só, Manowar é meu amor maior! Mas eu adoro bandas como Tysondog, Icon, Tokyo Blade, Kiss, Mötley Crue, Mr. Big, Salário Mínimo, Rosa Tattooada, Tuatha de Danann. É foda citar, não vou parar nunca... Agora sobre as bandas “novas” do cenário metal nacional, meu, tem bandas aí que tem tudo pra destruir por onde passarem. Anotem os nomes: Nosferatu, Maligna, Grim Suffering, Infected, Madhouser, Funneral, Sactor, Prepared to Kill, Vulture, Exhortation, Jackhammer, War Mind, Brave, HellCrusader, Delenda Arcana, Nox Eterna, Darksmile, Ecliptyka e por aí vai… São bandas que se dedicam demais e fazem um som que, se não perfeito, chega muito perto da perfeição! Gente, podem procurar aí e ouvir e depois me digam!

Quais os planos pro Metal For All? Alguma novidade para as próximas edições do festival?

Bom, a 10ª edição já está fechada. Será 17 de outubro e espero que seja marcante! Tanto pras bandas, quanto para o público, pois estarei me arriscando um pouco trazendo uma banda de um pouco mais longe do que as de costume, que será o Violator, que já tem um grande nome no metal nacional (não citei lá em cima pq iria falar deles aqui...rs) e já fizeram turnê em alguns países, inclusive no Japão. O cast ficou fechado assim: Funneral, Blasthrash, Infected e Violator. O ingresso vai ser um pouco mais caro por esse motivo da distância, pois eles não pedem cachê e sim apenas que não precisam pagar para virem tocar. Então teremos ingressos antecipados a R$ 10 e na hora vai ser R$ 15.

É isso, Cris! Valeu pela entrevista! O espaço é seu!

Leo, quero agradecer a você mais uma vez pelo espaço e por me deixar esclarecer algumas dúvidas que certamente muitas pessoas deveriam ter, me desculpar pela extensão nas respostas pois quando começo eu me empolgo mesmo. Espero que não fique enjoativo (N. do E.: ficou muito foda, isso sim!). E também quero pedir pro povo não “abandonar” esse fest que faço com tanto amor, não apenas pra mim, pois os estilos são completamente variados justamente pra juntar o maior número possível de pessoas para fazerem amizades, confraternizarem e ainda curtir o que gostam! Minha intenção é esta e espero estar cumprindo com ela. Quem ainda não conhece que venha ver como é o meu trabalho. Bandas entrem em contato! A demora é consequência de um trabalho bem feito! Por isso muitos me procuram.

Contatos Metal For All
E-mail: crisgoyaba@gmail.com
Sites em construção: www.metalforallfest.com e www.projetometal.com
Fone: (11) 7168-2575
Orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?origin=is&uid=6855330008238126234

10 comentários:

  1. Cris lembra daquele dia que nos conheçemos na rodoviaria de salto acho que em 2007 , só não lembro se é esse ano hehehe !!! Então cris bela entrevista gostei muito das suas palavras , sei que não da pra ir em todos os festivais que você organiza (trampo é foda ) , mas pode contar comigo no que der e vier , Pois estamos ae !!!

    Bela entrevista !!! =)

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  2. Marcos - Steel Angel

    Criss tudo q acontecer, e vier somar sobre seus Festivais , é d e Grande Mérito por seus esforços e dedicação...
    Parabens Stay Metal....

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  3. Crisssssss, que legal, uma excelente entrevista. Voce merece tudo de melhor, ninguem na região tem tanta coragem e dedicação que voce tem...
    Parabensss!

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  4. a cris é fã da minha costelada! é isso ae cris! entrevista massa! um foda-se pros organizadores mercenários! sigam este exemplo!

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  5. MATAN
    ja disse isso a cris , e digo a galera que vai ler, a cris é a rainha do metal no brasil, muito mais sucesso a ti cris.

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  6. ACHEI FANTÁSTICA A ENTREVISTA DA CRIS,E PRINCIPALMENTE A ATITUDE DO INDAIAROCKZINE DE VALORIZAR NÃO SO AS BANDAS MAS TAMBEM AS PESSOAS QUE ESTÃO NO BACKGRUND AS AUXILUIANDO E MUITO!RS
    E A HISTÓRIA DA CRIS CAI COMO UMA LUVA PARA O ZINE POIS ELA SE MISTURA A HISTÓRIA DA CENA METÁLICA REGIONAL NÃO A COMO NEGAR.
    PARBÉNS LEO E TODOS DO INDROCKZINE,E PRINCIPALMENTE CRYS QUE EH NOSSA GUERREIRA MOSTRANDO PARA AS "MARIA CABELUDO"COMO UMA VERDAEIRA BANGER AGI!RSRS

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  7. A Cris é foda .. quem conheçe sabe como é.
    Bacana a entrvista .. Metal For All sempre ai.

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  8. Bacana!!! Continue levando o Rock'n'Roll aos corações e mentes da pessoas...é isso aí!!!!
    Programa Synergia
    Brasília-DF
    www.programasynergia.com.br

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  9. Porra essa muie ai é msmo pra se admirar né, dando uma oportunidade incrivel pra qm mora no interior de ver violator e tantas outras bandas fodas, e alguem tem alguma duvida de que ela faz isso é por amor msmo?? Quando li a entrevista bateu uma admiração muito forte msmo. Apesar de não a conhecer tão bem quanto algumas pessoas sinto um enorme carinho por ela, Criss Metal for all ai vamos nos muieeee PARABENS e espero que venha por ai mais uns 10 MFA hein...
    natz

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  10. Sem comentarios, vi grande parte dessa historia dela acontecer de camarote, toquei no primeiro festival organizado por ela. Em 1994...Essa mina é foda. Na corriria total e sempre. Seja rompendo problemas para se entregar ao que ama fazer, ou até indo pra Itu num show de punk rock com uma banda de amigos e acabar dormindo no banco da praça pra poder esperar o onibus as 6 da manhã!
    Se a palavra True existe está na Goyaba.

    Grande amiga!

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